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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

TRADIÇÕES DO NATAL: O PRESEPIO


TRADIÇÕES DO NATAL: O PRESEPIO
Devido ao Censo ordenado pelo Imperador Augusto,a família de Jesus teve que se deslocar para Belém da Judéia e,como era de se esperar,não encontrou acomodações dignas para Maria,grávida de nove meses.
Aflito,José os acomodou numa gruta ou cabana,fazendo uma caminha de palha para o Menino,nascido há pouco.
Este lugar,sem conforto,mas,limpo e seco,era onde se colocavam os animais para descanso e se chamava presépio,ou curral,ou estábulo.
A primeira representação do presépio ligado ao nascimento de Jesus,foi feita na Itália,no sec.XII,por São Francisco de Assis,em forma de teatro popular. Difundido por toda a Europa cristã,no sec.XVI,teve,em Portugal,o seu ápice,com as autarquias bancando a festa,como na Vila Nova de Famalicão,cujo presépio era considerado o mais belo.
Dele constava a Sagrada Família, anjos,animais,como a vaca e o burrinho,além de figuras portuguesas típicas como o moleiro e seu moinho,a lavadeira,os bailarinos,a mulher com o cântaro na cabeça,as figuras em barro,verdadeiras obras de arte.
No Brasil do sec. XVIII,os presépios eram parecidos com os portugueses;os pintores,encarnadores de imagens,artistas populares,se esmeravam na confecção das figuras. Cidades,montes,rios,tudo era fabricado e formava o cenário propício à tão bela tradição.
As encomendas eram muitas e os ganhos, fartos.
Ganhadeiras, trazendo grandes tabuleiros à cabeça,apregoavam esses artefatos,chamando a atenção dos compradores balançando um chocalho de folha de flandres e cantarolando:
As barras do dia
Já vem clareando;
Que belo menino
Na Lapa,chorando.
Era a certeza que o Natal vinha chegando.
Igrejas, conventos e casas de família armavam seus presépios cada uma querendo ser melhor que o outro,para isso não medindo esforços nem gastos.
O mais afamado presépio da época era o da Soledade, pela beleza das figuras,obra do grande escultor Bento Sabino dos Reis.
Nesta época,em Portugal e quiçá,na Bahia,o presépio era armado no Advento,porém,sem o menino,colocado na noite de 24 de dezembro,após a Missa do Galo.
Logo cedo, toda a família,escravos,agregados se mobilizavam para a construção do presépio;os fâmulos saiam á busca das folhas de pitangueira,pinhas e das frutas do Natal que colocavam sobre uma mesa,os galhos arqueados formando arcadas,enfeitados de flores silvestres e pequenos frutos.
No interior da Lapa, formada,quase sempre de papel grosso pintado de tinta marrom,repousava o Menino,entre palhas,de um lado a Virgem,do outro,São José,os demais personagens,os pastores e os Reis Magos,em profunda adoração.

Pessoas embasbacadas abriam a boca de admiração: estava lá o monte escarpado,as águas cristalinas,correndo sinuosas,tendo ao fundo a cidade de Belém com suas torres,zimbórios e fortalezas;os três reis com seus criados;animais de carga.Diversas árvores e arbustos,animais de criação,pastores com oferendas,figuras portando túnicas de linho e sandálias.
No alto,céu de estrelinhas douradas,feitas de papelão e areia brilhante,nuvens de algodão.
Contempla o quadro divino
São José,ajoelhado,
E a Santíssima Maria
De Jericó, meiga flor.

As moças e matronas da família, além das visitas,cantavam:
Santo,santo,santo
Hoje é quem brilha
Salve o Verbo Encarnado,
Deus e maravilha.
Depois, seguia-se a lauta ceia com muitas iguarias, o vinho do Porto,os frutos saborosos e carnudos,o roxo vinho Figueira,os licores,a doçaria;bebia-se à saúde da dona da casa e até ao Deus Menino. Depois, uma animada função,como se chamavam os bailes ,que se prolongavam até o amanhecer, pois,nesta noite feliz,ninguém dormia.
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