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terça-feira, 26 de abril de 2011

O DRAGÃO DA MALDADE E O JOVEM GUERREIRO...


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..CONFORME CONTAM AS LENDAS MEDIEVAIS!
Baladas medievais contam que Jorge era filho de Lorde Albert de Coventry. Sua mãe morreu ao dá-lo à luz e o recém nascido Jorge foi roubado pela Dama do Bosque para que pudesse, mais tarde, fazer proezas com suas armas. O corpo de Jorge possuia três marcas: um dragão em seu peito, uma jarreira em volta de uma das pernas e uma cruz vermelho-sangue em seu braço. Ao crescer e adquirir a idade adulta, ele primeiro lutou contra os sarracenos e, depois de viajar durante muitos meses por terra e mar, foi para Sylén, uma cidade da Líbia.
Nesta cidade, Jorge encontrou um pobre eremita que lhe disse que toda a cidade estava em sofrimento, pois lá existia um enorme dragão cujo hálito venenoso podia matar toda uma cidade, e cuja pele não poderia ser perfurada nem por lança e nem por espada. O eremita lhe disse que todos os dias o dragão exigia o sacrifício de uma bela donzela e que todas as meninas da cidade haviam sido mortas, só restando a filha do rei, Sabra, que seria sacrificada no dia seguinte ou dada em casamento ao campeão que matasse o dragão.





Casamento de São Jorge e Sabra
Ao ouvir a história, Jorge ficou determinado em salvar a princesa. Ele passou a noite na cabana do eremita e quando amanheceu partiu para o vale onde o dragão morava. Ao chegar lá, viu um pequeno cortejo de mulheres lideradas por uma bela moça vestindo trajes de pura seda árabe. Era a princesa, que estava sendo conduzida pelas mulheres para o local do sacrifício. São Jorge se colocou na frente das mulheres com seu cavalo e, com bravas palavras, convenceu a princesa a voltar para casa.
O dragão, ao ver Jorge, sai de sua caverna, rosnando tão alto quanto o som de trovões. Mas Jorge não sente medo e enterra sua lança na garganta do monstro, matando-o. Como o rei do Marrocos e do Egito não queria ver sua filha casada com um cristão, envia São Jorge para a Pérsia e ordena que seus homens o matem. Jorge se livra do perigo e leva Sabra para a Inglaterra, onde se casa e vive feliz com ela até o dia 
de sua morte na cidade de  Coventry.


FONTE:WIKIPÉDIA

terça-feira, 19 de abril de 2011

MONTEIRO LOBATO, UM HOMEM MULTIFACETADO.



Para se falar de um homem que não é um só, mas,muitos, melhor começar pelo começo.
José Renato Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, São Paulo ,na fazenda Buquira  do seu avô, o Visconde de Tremembé, rico e influente fazendeiro  de café, a18 de abril de 1882, filho de José Bento Marcondes Lobato e de D. Olímpia Augusta Lobato.
Foi alfabetizado pela mãe e por um professor particular.
Aos 11 anos foi transferido para o Colégio São João Evangelista; em dezembro de 1896 foi para  S. Paulo e  logo depois de passar nos preparatórios cursou o Colégio Paulista,aproveitando o ensejo para fazer suas primeiras incursões literárias colaborando com alguns jornais estudantis sob o pseudônimo de Josben e Nhô Dito sendo o seu fino humor, à inglesa, elogiado pela revista FonFon e pelo jornal “O Estado de São Paulo”.

Espírito inquieto foi um dos fundadores do Cenáculo com os amigos Godofredo Rangel e Tito Lívio.
Obedecendo aos anseios do avô,formou-se em Direito e foi promotor em Areias,interior de S. Paulo.
Mas, seus verdadeiros interesses eram as artes, a pintura ,a caricatura a  qual  transformou em fonte de renda.
Casou-se com D. Pureza, prima distante e teve quatro filhos:Marta,Edgar,Guilherme e Rute.
A personalidade de Lobato,um homem sem meias palavras,honesto, verdadeiro,sem papas na língua,incomodava os conservadores e o seu nacionalismo,num pai s  que cultivava o estrangeirismo, causava espécie aos meios mais elitizados.
Lobato transferiu para seus “alter-egos”, a boneca Emília e, mais tarde,Miss Jane, personagem do livro profético , “O Presidente Negro”, muito da sua personalidade e do modo de sentir o mundo.
Homem de múltiplos interesses, Lobato era também editor.
Essa idéia nasceu da compra da “Revista do Brasil” onde publicava artigos polêmicos como “A Velha Praga”,um libelo contra as queimadas.
Daí começou a Companhia Editora Nacional que revolucionou o mercado editorial brasileiro como se pode observar nestes textos do seu maior biógrafo Edgar Cavalheiro:

"É quando surge Monteiro Lobato. Tendo impresso por sua conta, nas oficinas d’ O Estado de São Paulo, mil exemplares de Urupês, verificara, ao ter os volumes prontos para venda, que em todo o território nacional existiam somente trinta e poucas casas capazes de receber o livro. Não era possível, por tão poucos canais, o escoamento daquilo que se lhe afigurava um despropósito de volumes. Dirige-se, então, ao Departamento dos Correios, solicita uma agenda e constata a existência de mil e tantas agências postais espalhadas pelo Brasil. Escreve delicada carta-circular a cada agente, pedindo a indicação de firmas ou casas que pudessem receber certa mercadoria chamada ‘livro’. Com surpresa recebe respostas de quase todas as localidades. De posse de nomes e endereços assim obtidos, procura entrar em contato com os possíveis clientes, escrevendo-lhes longa circular, portadora de original proposta: ‘Vossa Senhoria tem o seu negócio montado, e quanto mais coisas vender, maior será o lucro. Quer vender também uma coisa chamada livro? V. Sª não precisa inteirar-se do que essa coisa é. Trata-se de um artigo comercial como qualquer outro, batata, querosene ou bacalhau. E como V. Sª receberá esse artigo em consignação, não perderá coisa alguma no que propomos. Se vender os tais ‘livros’, terá uma comissão de 30%; se não vendê-los, no-los devolverá pelo Correio, com porte por nossa conta. Responda se topa ou não topa’.
Segundo Edgar Cavalheiro, o expediente lobatiano funcionou perfeitamente, pois:
“Quase todos toparam, e Lobato passou dos trinta e poucos vendedores anteriores, que eram as livrarias, para mil e tantos postos de vendas, entre os quais havia lojas de ferragens, farmácias, bazares, bancas de jornal, papelarias. O comércio de livros, que modorravam numa rotina galega, ganha impulso insuspeitado. As edições, que antes não ultrapassavam 400 ou 500 exemplares, e assim mesmo muito espacejadas, pulam imediatamente para três mil exemplares, e começam a surgir quatro, cinco, seis e até mais livros por mês.”
Antes de Lobato, o livro ,no Brasil, era sacralizado,produção para poucos escolhidos e os exemplares impressos na França ou Portugal.
Só os medalhões tinham vez.Não havia uma renovação literária.
Durante o período que Lobato esteve no comando literário das editoras Monteiro Lobato & Cia e Companhia Editora Nacional pelo menos 50 novos escritores foram apresentados ao público.
Muitos deles se tornaram mais tarde os principais propagandistas do modernismo brasileiro. A lista é extensa e variada. Foram editados nomes como: Godofredo Rangel, Paulo Setúbal, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Cornélio Pires, Afrânio Peixoto, Coelho Neto, Oliveira Viana, Pedro Calmon, Gastão Cruls, Rodolfo Teófilo, Papi Júnior, Oswald de Andrade, Tales de Andrade, Eduardo Carlos Pereira, Oswaldo Orico, Cesídio Ambrogi, Carlos Dias Fernandes, Djalma Andrade, Alberto Seabra, Otto Prazeres, Lucílio Varejão, Sud Menucci, entre outros.
Lobato era também tradutor e publicou livros polêmicos como “A luta pelo petróleo”, de Essad Bay.
Em 1918 publicou “Urupês”,um retumbante sucesso citado até por Ruy Barbosa,que considerou Jeca Tatu,um protótipo do brasileiro pobre, sem esperanças abandonado à miséria pelos governos.
Na esteira deste sucesso publicou “Cidades  Mortas” e Idéias de Jeca Tatu”.
Em 1920, desiludido dos adultos,migrou para a literatura infantil,escrevendo “A menina do narizinho arrebitado”,Lúcia, que nunca foi re-editado,hoje considerado obra rara.
Reapareceu tempos depois, um pouco modificado como “Reinações de Narizinho”.A maioria das suas estórias in fantis passava-se no Sítio do Picapau Amarelo,no interior do Brasil,tendo como personagem D,Benta,uma sábia senhora,seus netos, Narizinho e Pedrinho e Tia Nastácia,faz-tudo da casa e símbolo da sabedoria popular, por quem o escritor tinha um imenso carinho.
Esses personagens foram complementados por entidades criadas pela imaginação do autor, como Emília,a irreverente  boneca falante,o aristocrático Visconde de Sabugosa,a vaca Mocha,o saci, o burro Conselheiro,a Cuca,  o porco Rabicó e o rinoceronte Quindim,além do Príncipe Escamado, do Reino das Águas Claras.
As crianças do sítio visitavam e eram visitados por todos os personagens das estórias infantis, como Peter Pan,Pinóquio,e Chapeuzinho Vermelho e a Bela Adormecida.
A moda de dona Benta ler era boa. Lia “diferente” dos livros. Como quase todos os
livros para crianças que há no Brasil são muito sem graça, cheios de termos do
tempo do onça ou só usados em Portugal, a boa velha ia traduzindo aquele
português de defunto em língua do Brasil de hoje. Onde estava por exemplo,
“lume”, lia “fogo”; onde estava “lareira” lia “varanda”. E sempre que dava com um
“botou-o” ou “comeu-o”, lia “botou ele”, “comeu ele” – e ficava o dobro mais interessante. 
Em Reinações de Narizinho, o episódio da visita ao Reino das Abelhas é
exemplar para a concepção lobatiana de homem livre. Transcrevamos o diálogo
entre Narizinho e Emília:
– Já reparou, Emília, como é bem arrumado este reino? Uma verdadeira maravilha
de ordem, economia e inteligência! (...) O que admiro é como as abelhas sabem
aproveitar o espaço, (...) economizar cera, tudo dispondo de modo que a colméia
funcione como se fosse um relógio. Ah, se no nosso reino também fosse assim...
Aqui não há pobres nem ricos. Não se vê um aleijado, um cego, um tuberculoso.
Todos trabalham, felizes e contentes. (...)
– E quem manda aqui? Quem é o delegado?
– Ninguém – (...) Tenho notado que muitos dos personagens das minhas histórias já andam
aborrecidos de viverem toda a vida presos dentro delas. Querem novidade. Falam
em correr mundo a fim de se meterem em novas aventuras. Aladim queixa-se de
que sua lâmpada maravilhosa está enferrujando. A Bela Adormecida tem vontade
de espetar o dedo noutra roca para dormir outros cem anos. O Gato de Botas brigou
com o Marquês de Caraibas e quer ir para os Estados Unidos visitar o Gato Félix.
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De fato, o Pequeno Polegar foge de sua história e se torna bobo da corte no
Reino das Águas Claras, onde adota o nome de gigante   Fura-Bolos.
Como se vê, Lobato desmistificou a obsoleta literatura p/ crianças e lançou um novo modo de estórias contadas como só nossas avós sabiam fazer.
Polêmico,irreverente,político, Lobato venceu todas as armadilhas criadas pela vida e por seus pensamentos nacionalistas e liberais,enfrentou a prisão, mas,tirou de letra todos esses inconvenientes com o tamanho do seu gênio.
Morte:4 de julho de 1948 aos 66 anos.



FONTES:
Elina Yunes
Edgar Cavalheiro







sexta-feira, 15 de abril de 2011

NOVA EDIÇÃO DO LIVRO " A BAHIA DE OUTRORA"

A SEGUNDA EDIÇÃO   " A BAHIA DE OUTRORA" JÁ ESTÁ NAS LIVRARIAS À DISPOSIÇÃO DOS LEITORES.
O LIVRO DE AUTOR BAIANO MAIS VENDIDO EM 2010.
1ª EDIÇÃO ESGOTADA!
Vem com textos novos e excelentes recomendações na contra - capa.
O presente da autora para seus leitores continua.
Levando para casa essa nova edição ,o leitor ganhará o E- book "As Filhas do General".
O livro custa $28.00 e poderá ser enviado, gratuitamente,via sedex,para qualquer parte do mundo.
Reside fora de Salvador?
Peça o seu pelo e-mail: miriamdesales@gmail.com
Ou compre nas livrarias credenciadas:
Galeria do Livro ,(Praça Castro Alves,no Espaço Gláuber Rocha)
LDM (Rua Direta  da Piedade, centro)
Livraria do Aeroporto
Banca de Revistas (Shopping Barra,térreo)
Livraria Cultura (Shopping Salvador)

terça-feira, 12 de abril de 2011

SOBRE VÍTIMAS E CARRASCOS!




               “Apesar de tudo avisei sobre alguma  coisa ,                       antecipadamente...”
Palavras de Dostoievski , no prefácio  do  livro “Os Irmãos Karamazovi”, mas, que poderia ser dito por esse rapaz que cometeu os crimes.


Demorei uns dias, propositalmente, para falar do massacre de Realengo.
Preferi deixar “secar o barro” como na lenda oriental que comparava a raiva ao barro.
Se a gente pisar com ele ainda molhado,corre o risco de atolar-se até o pescoço; é preciso deixá-lo secar  para pisá-lo com segurança.
Assim é a raiva. Se a gente deixá-la passar poderá enxergar as coisas com o distanciamento necessário ao bom julgamento.
Essa tragédia não anunciada que chocou o país não nos pegou desprevenidos. Havia indícios, se alguém tivesse observado o comportamento do agressor.
Mas, infelizmente era um dos muitos invisíveis que circulam ao deus – dará e ninguém se ocuparia com ele. Nem a parca família que lhe sobrou, nem os vizinhos, nem os raros amigos, caso os tivesse.
Extremamente frágil diante de uma sociedade hostil, refugiava-se no computador e foi bebendo e armazenando dentro de si, todo o ódio do mundo. Que, finalmente, extravasou naquele dia fatídico contra crianças inocentes.
Em nenhum momento estou aqui para defendê-lo; mas, como  escritora que tem o dever de estudar a natureza humana e vasculhar a lixeira da sociedade tão logo soube do ocorrido, tratei de procurar os porquês.
Estudei o perfil público do assassino e a primeira coisa que descobri é que não era um psicopata; pois, estes não têm sentimentos, matam com técnica e frieza inadmissíveis para nós, ditos normais, porém, se preservam.
É muito raro um psicopata se matar. Sua auto-proteção salta-nos logo à vista. Seu ódio não se volta contra si próprio.
Rapaz marrento, caladão, tímido, ensimesmado, desprezado pelos colegas e pelas meninas.
O seu modo de ser, de comportar-se, de vestir não atraía o sexo oposto.
Virgem aos 23 anos numa sociedade que cultua o sexo, lobo solitário entre jovens “tribais”, sem recursos nem dotes físicos que o tornassem centro das atenções, o que lhe restava?
Divertir-se aprendendo a fazer explosivos e acompanhar atentados suicidas na Internet...
Por ai já se vislumbraria o tamanho da encrenca.
Depois disto, o que notei foi a escolha das vítimas. Preferencialmente meninas bonitas. Aquelas que jamais lhe lançariam um olhar.
Um estudante contou na TV paga que ao dar de cara com o assassino e atemorizado, este lhe disse:
-“Não tenha medo, gordinho, não vou te matar.”
Daí nota-se a empatia com o outro, também marginalizado por um sistema que louva os belos e esbeltos.
Infelizmente, ambos as crianças e o algoz, são vítimas da mesma sociedade.
O capitalismo selvagem, a globalização que deixa seres humanos sem perspectiva de vida decente e, principalmente o cristianismo com seus dogmas medievais baseados no sofrimento e na idéia de pecado, transformam pessoas em monstros.
Que humanidade é esta que vivemos que não dá oportunidades iguais para todos, que não só permite como até incita a exclusão, que legitima atos de invasão a outros países mais fracos militarmente apenas para roubar seus recursos naturais, mesmo que passem sob centenas de corpos, que não aceita as diferenças, que cobra, exige, reprime sem nada dar em troca, será que podemos mesmo encher a boca quando falamos de humanidade e nos considerarmos seres humanos?
Esse espetáculo do mundo que se nos apresenta é de arrepiar!
E, pior, vai continuar produzindo indivíduos como esses, situações como essas a todo momento, pois quem não tem o que perder é o mais perigoso ser na face da terra.
Convivemos com tudo que é negativo, conduzidos pelo mal e, nos acostumamos a isso, a tanta violência, com a banalização da morte, principalmente a morte dos mais fracos, claro. Dos “feios”!
É-nos indiferente que esteja morrendo gente no Oriente Médio, na Palestina, nas ruas das nossas cidades, nas escolas, nos shoppings, pois a consciência do homem está adormecida  e estamos acometidos de uma doença mortal chamada egoísmo.
A dor que senti perto da hora do almoço quando recebi o telefonema do meu marido pedindo para que eu ligasse a TV, paralisou-me, deixou-me a apática, inerme, querendo entender o porquê destes cordeirinhos de deus terem sido assim imolados, sem culpa.
Porque eu sou avó de treze brasileirinhos, um deles professor de escola público aos 19 anos.
E penetrou-me a dor imensa daquelas mães, pois, sou uma delas.
Lembrei-me de uma frase de José Saramago no seu livro “Ensaio sobre a Cegueira”; era uma mocinha de óculos escuros que falou- “Dentro de nós há uma coisa que não tem nome. É o que somos!”
E é o mesmo Mestre Saramago que diz:
-“O homem é cruel sobre tudo em relação ao próprio homem, porque somos os únicos capazes de torturar e humilhar e o fazemos com algo que deveria ser contra isso que é a razão humana”.

Texto de Miriam Sales

domingo, 10 de abril de 2011

DOMINGO DA POESIA


ERA DOMINGO

E era domingo, um dia chuvoso...
Destes nebulentos que nada se faz
Tão entediante que dava nos nervos
Por não se achar um pouco de paz.

E era tanta gente que chorava a vida
Pois é no burburinho que se satisfaz
Daquela ausência na alma do mundo
Pois dentro de si não encontra paz.

E era um reclamar que não tinha fim
Um louco desejo de ter sempre mais
Sem encontra rumo por querer de tudo
Como se em tudo encontrasse paz.

E por não ter pressa o dia passou
Com uma sutileza que nada desfaz
E pela noite adentro seguiu o seu rumo
Porque as crianças já dormiam em paz.
 
Agamenon Almeida02/07/2007
Um bom domingo poético para vocês!

PALAVRA DO LEITOR:

Obrigada amiga, que Deus te abençoe e proteja sempre. Ab. Ana Zélia
 
Ana Zélia 




terça-feira, 5 de abril de 2011

O PRIMEIRO E MAIS IMPORTANTE AMOR!



Algumas pessoas sofrem de uma enfermidade crônica adquirida na infância e que nenhum procedimento médico promete curar.
Elas se infectaram com o germe da menos-valia,  uma doença social muito freqüente,cujo único antídoto é o auto-amor.
Desde pequenininhos aprendemos que é errado amar a si mesmo; devemos pensar nos outros diz a  sociedade ,a mamãe e a igreja.Ninguém parece se preocupar com o fato de que quem não se gosta nem se respeita,não pode estar apto a amar ninguém.
Para as crianças tão simples e tão puras é natural se achar importante, querer guardar seus “tesouros” que pode ser uma boneca de pano ou seu game favorito; ela prefere que seja só seu,não quer dividir com ninguém,mas,é forçada a isto,para não ser chamada de egoísta  e difícil.Ensinaram-lhe a auto-anulação,a pôr sempre os outros em primeiro lugar,para ser “boazinha”e aceita.Mamãe impa de orgulho porque os vizinhos elogiam sua boa educação,mas,não divide ela mesma seu vestido favorito com ninguém e seria inconcebível papai emprestar o carro aquele seu tio mala.
Quando chegamos á adolescência o mau serviço já está feito; viramos vaquinhas de presépio, dizemos sim a tudo,nos tornamos inseguros,incapazes de um não,politicamente corretos,mas,infelizes.
Passamos a não gostar de  nós ,pois parecemos ostra em rochedos batidos pelo mar e pelo vento.uma guerra soturna entre nosso querer e o querer do “establishment.”
Quem não se aceita não pode amar ou aceitar ninguém. Acabamos cobradores,achando que todos têm que pensar como nós,não convivendo bem com os contrários,tirando dos outros a liberdade de pensar e agir como lhes apraz,
Acreditando que somos importantes não precisaremos que nossos valores sejam reforçados pelos outros exigindo deles que sigam nossos caminhos. Queres seguir-me?Segue-te,dizia Nietzsche (Vade Mecum,vade tecum).
Se a gente não se valoriza nem gosta de si mesmo torna-se impossível e  desnecessário dar. Afinal, prá que serviria seu amor se você não vale nada? E ,se não pode dar amor,também não pode receber; afinal,de que vale o amor dedicado a alguém que não tem valor?
Toda a questão do amor se baseia num eu que é plenamente amado. Pense nisto e fuja desta “pegadinha”social.
Seja pastor,não ovelha.
Texto de Miriam Sales