A MORTE E A MISÉRIA
UMA FÁBULA MODERNA
Era uma vez uma velhinha muito velha que parecia ter nascido junto
com o mundo.
Seu jeito frágil, seu corpo
curvado e seu rosto encarquilhado onde dois olhos sem luz miravam o mundo de um
modo desconsolado,enfim,seu todo respirava fraqueza e indigência.
Pois Sabina era muito pobre. Desde quando? Desde sempre.
Coberta de andrajos , saía
para esmolar carregando um velho saco,imundo,assustando as crianças,cujas
mães,diziam que dentro do surrão ela carregava crianças desobedientes para
entregar ao bicho papão.
Voltava tarde para casa, cansada,
carregando pedaços de pão e algumas moedinhas que arranjava pelo caminho;de vez
em quando uma boa alma lhe dava um prato de comida ou pedacinhos de frango que
ela carregava com cuidado para sua choupana de pedras coberta de galhos secos.
Em frente á cabana havia uma mangueira procurada pelos garotos vadios
da vizinhança que atiravam pedras á esmo,
tentando apanhar mangas.
Sabina muitas vezes
dividia com eles as frutas que caíam.Mas,ficava muito irritada com o
alarido que faziam e com as pedras atiradas que maltratavam sua mangueira de
estimação.
Numa bela manhã ensolarada um peregrino bateu á sua porta; parecia
ainda mais pobre do que ela que se compadeceu dele e lhe deu água fresca e
abrigo.
Á noite tomaram uma sopa de frango , cuja coxa alguém lhe tinha dado,enriquecida
com umas verduras colhidas no mato.Uma côdea de pão amanhecido completou a
refeição.
Mal raiou o dia o peregrino, cujos olhos azuis e penetrantes chamavam
atenção ,agradeceu-lhe o pouso e lhe
falou,gentilmente:
-Peça o que desejar que será atendida.
-Só tenho uma coisa a lhe pedir, disse a velha.
-Fique á vontade, amiga.
-Gostaria que quem subisse na mangueira só pudesse descer com o meu
consentimento.
-Seu desejo será satisfeito.
Quando os garotos vadios subiram na árvore , e rindo e aos berros entre si , tentaram
descer com um cofo cheio das melhores mangas,descobriram que não podiam fazê-lo.Estavam presos lá em cima.
Depois de várias tentativas frustradas começaram a chorar e pedir
socorro.
A velha apareceu, vinda do quintal e eles apelaram para ela; desceram logo,mas,sem levar as mangas
roubadas que voltaram intacta para seus galhos.
Tempos depois, outro peregrino parou á sua porta, mas,desta vez era
uma pessoa meio sinistra e muito agitada.Um espesso capuz negro escondia-lhe o
rosto.
_O que você quer? Disse Sabina.
-Sou a Morte e venho lhe buscar.
-Assim, de repente?!Não quero ir ainda. Posso ficar mais um ano?
-Não.
-Dona Morte, pelo menos me deixe comer aquela bela manga que está no
alto da mangueira.
E,sonhadora:
-Gostaria tanto!...
-Isso posso fazer.
-Ó , minha senhora, sou tão velhinha e tão frágil que não conseguiria
subir no topo da árvore.A senhora é magra,mas,é forte.
E, aliciadora:-Faria isso por mim?
A Morte arrepanhou a saia negra como azeviche e subiu na árvore com
muita pressa. Afinal, tinha outros mandatos a cumprir e não precisava daquela
velhinha lhe chateando.
Assim que a viu lá em cima, a velhinha usou os dons que recebeu.
-Fique ai até eu mandar descer.
Então uma coisa muito estranha aconteceu. Durante muito tempo ninguém
morreu. Os padres, as funerárias e os
governos botaram a mão na cabeça.
Se ninguém morresse como ficaria esse mundo super povoado?E os
negócios? De que viveriam os médicos? E os coveiros, sem trabalho? E as missas e extrema
– unção?
O Papa lá em Roma não gostaria nada disso...
Rouca de tanto gritar a Morte teve que entrar num acordo com a velha
a quem os homens bons da cidade chamavam de Tia Miséria. Se ela lhe deixasse descer viveria
para sempre. Seria imortal.
E, assim foi feito, como lhes estou contando.
É por isso que faça o que se quiser, ninguém nunca extirpará a Miséria da
face da terra.
Permito-me fazer parte desta tarde
E incorporar-me atrevido
Neste por do sol
Peixes
Que peixes?
Bastam-me as histórias
Que a minha memória há de guardar
Deste mágico momento.
Eu
O rio
E todo o encantamento Todo esse esplendor
Esta pintura divina no céu
Que antecede a noite
Que vale pelos peixes não pescados
Pelas mentiras que não serão contadas
por este pescador!
O nobre e querido poeta partiu rumo ás estrelas ,onde fica o pouso final de todos os poetas.
Uma singela homenagem da amiga Miriam Sales.
FALA O LEITOR:
25/11/11 14:29 - CONCEIÇÃO GOMES
Soube pelo Cacá que havia sabido por voce. Estou passada ainda. Eury
como diz voce, foi um dos primeiro que me leram por aqui e vido dele
uma boa critica, foi um estimulo para ficar por aqui. Que ele esteja
com DEUS.
24/11/11 21:58 - Carla Elisio
Linda homenagem Miriam parabéns querida Poetisa!!!
Os verdadeiros amigos e os grandes Poetas não morrem, apenas partem
antes de nós!!!
Que Eury descanse em PAZ!
Uma singela homenagem da amiga Miriam Sales.
FALA O LEITOR:
25/11/11 14:29 - CONCEIÇÃO GOMES
Soube pelo Cacá que havia sabido por voce. Estou passada ainda. Eury
como diz voce, foi um dos primeiro que me leram por aqui e vido dele
uma boa critica, foi um estimulo para ficar por aqui. Que ele esteja
com DEUS.
24/11/11 21:58 - Carla Elisio
Linda homenagem Miriam parabéns querida Poetisa!!!
Os verdadeiros amigos e os grandes Poetas não morrem, apenas partem
antes de nós!!!
Que Eury descanse em PAZ!
24/11/11 21:14 - Rejane Chica
Fiquei pasma,Miriam!Triste!LUZ pra ele em seu descanso! beijos,chica
26/11/11 20:51 - Lianatins,via RL
Fiquei muito triste com a partida do poeta Eurípedes, gostava quando
ele vinha aqui na minha escrivaninha...ele foi um dos primeiros a
comentar meus textos quando entrei aqui no Recanto!Mas agora ele está
na morada de Deus, e com certeza que está ainda no meio de nós com
suas poesias...Um abraço fraterno deixo-te.
Fiquei pasma,Miriam!Triste!LUZ pra ele em seu descanso! beijos,chica
26/11/11 20:51 - Lianatins,via RL
Fiquei muito triste com a partida do poeta Eurípedes, gostava quando
ele vinha aqui na minha escrivaninha...ele foi um dos primeiros a
comentar meus textos quando entrei aqui no Recanto!Mas agora ele está
na morada de Deus, e com certeza que está ainda no meio de nós com
suas poesias...Um abraço fraterno deixo-te.