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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Soneto da Separação






De repente do riso fez-se o pranto


Silencioso e branco como a bruma


E das bocas unidas fez-se a espuma


E das mãos espalmadas fez-se o espanto.






De repente da calma fez-se o vento


Que dos olhos desfez a última chama


E da paixão fez-se o pressentimento


E do momento imóvel fez-se o drama.






De repente, não mais que de repente


Fez-se de triste o que se fez amante


E de sozinho o que se fez contente.






Fez-se do amigo próximo o distante


Fez-se da vida uma aventura errante


De repente, não mais que de repente.






Vinicius de Moraes

IMG:Busca Google

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