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quarta-feira, 7 de julho de 2010

O GENERAL E A BAIANA




Anos 70,anos de chumbo; ai5,torturas,fleurys, ulstras nada brilhantes,generais a mandar em tudo.

Eu estava no rio,acompanhada do meu ex-marido carioca,quando,ao passar pela Av.Atlântica ,um carro preto,dirigido por um motorista negro,tipo armário,com uns óculos esporte estilo máfia,saindo de uma rua lateral,invadiu a preferencial e bateu no meu carro,danificando o pára-choque.Época difícil,dinheiro curto, tínhamos vindo ao Rio a trabalho e, no dia seguinte,cedo,estaríamos na estrada,de volta ao batente.

oOmotorista não pareceu se importar,eu desci,furiosa,mas,contida,e fui pedir explicações;disse que precisava fazer a ocorrência,queria meu passat consertado,pois,se fosse atravessar três estados com o carro amassado,a Policia Rodoviária,me pegaria;o motorista,cheio de empáfia disse que o carro era de um general 5 estrelas,da ativa.e que não ia consertar nada,pois a culpa era minha;

olhei no fundo do carro e vi um velho engelhado como pescoço de peru,olhos vazios e cara de poucos amigos.

Dirigi-me a ele,falei que estava de passagem,não tinha dinheiro para conserto e estava com a razão;eles resolvessem.O motorista,firme e o velho,calado.então eu disse: -5 estrelas,hein!? pois estrelas estou vendo eu,que tenho que viajar:ou conserta meu carro ou vou ligar para meu primo,redator do Jornal do Brasil e dizer como um general da república trata os brasileiros.

Pasmem! A espada de Iansã está sempre entre eu e o perigo,tenho certeza;o velho falou qualquer coisa com o motorista,tirou umas notas da carteira e me deu; ali perto tinha uma concessionária da Volks,chamada Miriam,coloquei o carro e troquei o pára-choque; enquanto a meu marido,pálido como a morte,recuperou-se tomando um cafezinho e fumando um cigarro atrás do outro.

Arrisquei-me, mas,consciente de que a defesa dos nossos direitos deve ser a prerrogativa de todos .

IMG:Busca Google

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