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terça-feira, 13 de julho de 2010

O EDITOR MONTEIRO LOBATO



Homem de múltiplas facetas,o escritor Monteiro Lobato,um dos mais importantes do nosso país,era também editor.

Essa idéia nasceu da compra da “Revista do Brasil”,onde antes colaborava com seus artigos polêmicos,como “A Velha Praga”,condenando as constantes queimadas que grassavam nas fazendas de café com a desculpa da renovação do solo.

Pois,desta revista,acabou brotando a Cia.Editora Nacional que veio revolucionar o mercado editorial brasileiro,inexistente numa época onde todas as nossas grandes publicações eram feitas em Paris ou Lisboa.

Nacionalista ferrenho,Lobato,revoltou-se contra isto e contra a “panelinha” literária,onde só medalhões tinham acesso às publicações.

Levantou-se ,também,contra a “sacralidade “do livro,conforme pensavam os leitores,livreiros e escritores da época,que viam com horror de donzela,a necessidade de se vender como mercadoria esse objeto sagrado.

Lobato mostrou que o livro, sim,é um negócio como outro qualquer,que gera custos,logo ,tem que gerar receita,e apregoava aos quatro ventos:

-“Livro é sobremesa; tem que ser posto diante do nariz do freguês”, para horror dos puristas da época.

Acreditando nisto,e,ignorando solenemente as pedradas que recebeu toda a vida,na sua editora recusou-se a publicar medalhões e abriu caminho para novos autores desconhecidos como a Srª Leandro Dupré (Éramos seis),Osvaldo Orico,Pedro Calmon,Menotti dal Picchia,Oswald de Andrade, Paulo Setúbal e muitos outros,renovando a literatura nacional.

Mas,como vender?Esse era o busilis.

Que fez Lobato?

Criou uma rede de distribuição que se constituiu numa reviravolta editorial, introduzindo métodos práticos e funcionais; dirigindo-se ao Departamento de Correios e verificando a existência de mil e tantas agencias postais no pais, escreveu uma carta –circular a cada agente,pedindo a indicação de casas ou firmas que pudessem receber esta mercadoria chamada “ livro”.

Com muita surpresa viu que todas as agencias lhe responderam.

De imediato entrou em contato com comerciantes diversos perguntando-lhes se não quereriam aumentar seus lucros vendendo livros consignados,uma mercadoria como outra qualquer,batata,bacalhau ou querosene.

Logo,se não vendesse, o comerciante devolveria o produto cujo porte seria pago pela Editora.

Se os vendesse receberiam uma comissão de 30%.

E,enfático:-Responda se topa ou não topa.

Quase todos toparam. E Lobato passou de trinta e poucos vendedores anteriores,as livrarias,para cerca de mil e tantos postos de venda,lojas de ferragens,papelarias,farmácias,bazares etc.

As edições que não passavam de 400 exemplares subiram para três a quatro mil e os livros pululavam,às vezes,até seis lançamentos num mês.

Mas,Lobato havia inovado também na qualidade gráfica,no feitio das capas,substituindo as antigas e feias por capas desenhadas por nomes famosos das Artes Plásticas,como Lemi.

Lobato corria atrás do leitor,procurando saber onde morava,levando o livro pessoalmente em casa dele,batendo papo sobre tudo,fazendo do leitor um amigo.

Modestamente, confesso ,que ajo assim,também;cada leitor é meu amigo,quero saber dele,escrevo para ele,adoro seus comentários e sugestões.

Não tenho pudores para vender meus livros;sem ser invasiva ofereço,propago,procuro.

Quando penso em oferecê-lo a alguém, que acho que haveria de gostar da obra, e esse alguém não pede o livro,penso comigo:-Que pena!

E lamento não ser rica para poder presenteá-lo.

Este ser humano tão rico de idéias e pensamentos, Monteiro Lobato ,existiu.

E está sempre presente no meu pensamento. Sua influencia sobre mim ,desde a infância,pois,”Reinações de Narizinho” foi o primeiro livro que li,permanece até hoje e eu o amo como um pai espiritual que abriu para mim os caminhos do Conhecimento.

***Trecho da palestra que proferi “Monteiro Lobato,um homem de muitas Artes”,na Academia de Cultura da Bahia.

COM A PALAVRA,O LEITOR:




13/07/10 10:20 - ERASMO SHALLKYTTON







Um brilhante regalo e que merece honráveis aplausos. Aos seis anos eu


pedia para minha mãe ler os seus contos e fábulas, pois, eu era gago.


E tudo me fascinava no mergulho de suas obras (Saci, Marquez de Rabicó


e outras. Monteiro, foi o maior símbolo de nossa literatura e um


grande empreendedor do petróleo brasileiro e ferro. Com tristeza, teve


um fim melancólico nos seus últimos dias de vida, apesar que a


situação financeira contribuiu demasiadamente para este fim. Portanto,


nem com isso, a celebridade deste intelectual brasileiro e pouco


lembrado se abateu. Adorei poeta esta enriquecida homenagem. Bravo!


bjs



MIROKCA: ADOREI O SEU TEXTO SOBRE A PALESTRA QUE VOCE DEU, CUJO ENFOQUE É MONTEIRO LOBATO.PARA MIM, CONFESSO, FOI UMA SURPRESA AGRADÁVEL SABER QUE ALÉM DO MARAVILHOSO ESCRITOR, FOI EDITOR E UM FERRENHO INOVADOR SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DOS LIVROS, CHEGANDO IR AS CASAS DAS PESSOAS. ATITUDE DO GRANDE HOMEM QUE FOI.PARABÉNS.ABS. SANDRA




verdades e mentiras · Uruguai · 13/7/2010 12:33
Mirokca: Parabenizo seu feito nas palavras ditas em nome do grande escritor Monteitro Lobato, que muito me incentivou na minha inicial carreira ao magisterio com a Educação Infantil. Alfabetizei minha primeira turminha, através de sua cartilha : O Sitio do Pica Pau Amarelo, e que até, hoje, trago na memoria grandes recordações de um passado sereno e realizado. Que venha outros Lobatos para a alegria do lúdico e da humanidade ao mundo das leituras. Bjns. Solange.
Solange Gomes da Fonseca · Curitiba (PR) · 13/7/2010 17:




Quando minha mãe engravidou, comprou a coleção de Monteiro Lobato para crianças e aguardou. O primeiro livro que li foi Reinações de Narizinho. Amava Narizinho e não gostava da Emília, o que fazia a minha mãe rir muito. Bons tempos. Beijos.

Yayá · Curitiba (PR) · 14/7/2010 10:13


14/07/10 22:22 - MARINA GENTILE




Monteiro Lobato fez parte de minha infancia tambem. Eu invejava (no

bom sentido) a colecao que meus primos tinham adornando a

"estante". Para mim ele era mais que adornar uma estante. A

realidade de roça que eu vivia condizia com personagens criados por

ele. A primeira escola de meus filhos chamava-se "A chave do

Tamanho", nao por acaso. Parabens baianissima escritora Miriam.



Silvana,  SSA



Com certeza estarei apreciando este belo momento do lançamento do seu livro. 


Adorei a sua palestra, parabéns, muita riqueza de conhecimentos e muita criatividade em transmitir através de


descontração, parece que você estava presente em cada situação da vida de Monteiro Lobato. beijs





18/07/10 19:49 - pacomolina




Notável Miriam. Aliás eu sempre gostei dos escritos desse paulista de

Taubaté, que até hoje e o maior exemplo de escritor de literatura

infanil na minha opinião ao lado da grande escritora mineira Lucia

Casassanta. Um abraço e tudo de bom.











2 comentários:

  1. Eu acredito em reencarnação. Há de baixar esse espírito aqui e agora. Pode ser em Minas. Mas pode ser também em outro estado desde que a editora seja nacional. Eu não sabia disso, Miriam, que fantástico! Abraços. Paz e bem.

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  2. MEU CARO,lOBATO NOS ENSINA O CAMINHO DAS PEDRAS.sEM VERGONHA,SEM MEDO,TEMOS Q/ SEGUIR EM FRENTE. BJS

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