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terça-feira, 2 de novembro de 2010

A PAZ DOS CEMITÉRIOS



Gosto de passear em cemitérios,principalmente na Europa.Aqueles vetustos e antiqüíssimos monumentos nos túmulos,os ciprestes,o silencio dos séculos,a paz.a imponência do Pére Lachaise!o cemitério dos Prazeres,em Lisboa ,os de Madri,lá está tanta gente que eu gostaria de ter conhecido...não,não sou mórbida,mas,não tenho medo da morte,pois sei que ela virá goste eu ou não e,os mortos não incomodam ninguém; dos vivos,sim;tenho muito medo,e,de certa maneira,da vida,também.Mas,o que me intriga nos cemitérios,daqui ou d’alhures é que lá só repousa gente do bem,gente honesta,senhoras virtuosas,extremosos pais de família,inesquecíveis parentes,amigos fidelíssimos,homens públicos abnegados,reservas morais da nação;lá,todos os juízes foram ajuizados,são impolutos,advogados honestos,policiais incorruptíveis,médicos dedicados.e eu,comovida com tanta consciência limpa,tantas almas justas,justíssimas,me pergunto:onde será que se enterram “as outras?”;onde será o último repouso das adulteras,os cornos,os aproveitadores do povo,os violentos,os covardes,os traiçoeiros, os caluniadores,os ladrões,os assassinos,os pedófilos,os falsos religiosos,onde???Será que descem direitinho para as profundas,sem escala,nem estagio? Será que não se enterram em solo santo,são abduzidos pelos anjos maus e ficam escondidos – digamos – dentro dos vulcões? Taí,um bom objeto de estudo para os pesquisadores!Ué,não posso deixar de me perguntar.!?Certo estava meu pai,com sua filosofia de velho sertanejo,passado,como ele mesmo dizia,pela porra de pôncio pilatos;minha mãe,perguntava:

-Odalberto,você vai ao enterro de fulano?e ele respondia,um ar brejeiro na face:-eu,não;ele não vai no meu...


FALA O LEITOR:




Obrigada amiga, quanta beleza em suas palavras simples, mas claras e verdadeiras. Onde iremos nós poetas, escritores, faladores? em qual destes caminhos estaremos postados, está tuas só uns poucos tiveram, teremos, túmulos quem sabe as sarjetas da vida. Obrigada e que deus te abençoe sempre. Ab.
Ana Zélia,escritora

31/05/2008 07:44 - Roberto Kamaura,escritor


Miriam, há cemitérios onde dá pra fazer até turismo.Alguém andou publicando um livro com fotografias de verdadeiras obras de arte encontradas nos cemitérios.Há alguns, entretanto, em situação de abandono. Certa vez uma criança comentou comigo: - Tio!...(coisa horrível, ser chamado por tudo quanto é criança e adolescente de ¨tio¨) como é que os mortos conseguem VIVER num lugar desse? Respondí: -Acho que eles se acostumam. Gosto do teu humor. Ontem encontrei um conhecido aqui da vizinhança que adora, adora não, tem compulsão por enterros e velórios.Eu já havia lido teu texto e comentei com ele o que teu pai dizia... apesar do tom de brincadeira,acho que ele se deu conta de que teu pai tem razão.

22/07/2008 10:27 - Cláudio de Oliveira


Taí, nunca havia visto o cemitério por esse ângulo. Eu também gosto de andar por eles; pela paz e para recordar os nomes e admirar a grafia como eram escritos. Alphonso, Eulália, Cremilda (poderia ter sido cremada), Idelphonso, Joshefa, Athaide, Mannoel Calado... /// Bravo!!!






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