Seguidores

sábado, 16 de janeiro de 2010

DIÁRIO DE BORDO:CAP X




Sábado, 16 de Abril. Sexto dia “al mare”

Ontem de madrugada foi um baita alvoroço. Já tinha desistido de ver alguma coisa de .Cabo Verde, naquela escuridão.Meia hora depois o telefone tocava como louco,batiam na porta;acordei meio zonza,sem acertar com o lado da cama,buscava a lâmpada na cabeceira;o telefone a as batidas continuavam,frenéticos.Enfim,encontrei a luz,enfiei um roupão por cima da camisola e atendi o telefone primeiro;era o second avisando que já se viam as luzes de Cabo .Verde. e que o capitão mandara me chamar;abri a porta e lá estavam o CAP. e Francis me aguardando;subimos céleres para o deck e eu pude ,enfim, ver a cidade iluminada.;parecia um presépio,um belo colar de luzes emoldurando o Oceano.Para completar aquela sensação mágica vi o Cruzeiro do Sul sobre minha cabeça a Via Láctea cintilante ,o lendário caminho de Santiago.

Cabo Verde é um país africano constituído por 10 ilhas; foi descoberto e colonizado pelos portugueses desde o sec.XV até1975.
Foi um grande entreposto colonial. Sua capital,a cidade de Praia é pequena,mas,interessante.A ilha do Fogo ,ponto culminante do país tem um vulcão ativo. Com uma economia pobre baseada na agricultura e artesanato, a emigração é constante. A cultura é miscigenada,mas há alguns escritores e poetas festejados;na música Cesárea Évora,a diva dos pés descalços é imbatível ,com as mornas e coladeiras,algumas vezes cantadas no dialeto crioulo,o”criol-kriolu”.Cheia de emoção fui dormir.

Procuro uma blusa fresca para usar hoje e aproveitar o belo sol da manhã; acho uma que usei há dias em Salvador; ela tem um bolsinho; dentro dele adivinhem?Achei um prosaico vale-transporte, objeto muito útil durante o mês de Abril em Salvador, Bahia Brasil, ,, mas completamente fora de propósito aqui, a algumas milhas de qualquer terra habitada, em pleno mar Oceano, a nove dias de Noronha e possíveis cinco dias de Barcelona, Espanha. Joguei-o aos peixes e fiquei matutando sobre os valores materiais pelos quais as pessoas tanto se ferem umas ás outras.


Fim de tarde

Como não havia descoberto ainda o deck superior!?È lindo, branquinho e isolado; parece que estou num transatlântico. Francis e eu levamos nossa cervejinha gelada e conversamos até a hora do almoço.A carne estava gostosa,no ponto;mudou o cozinheiro ou mudei eu?

Voltei ao deck nesta tarde linda; o mar de um azul intenso, sereno, Faço a saudação á Yemanjá: ODO-YA.

Imagino como seria bom se Raul voltasse a navegar e eu fosse com ele iniciando uma livre, leve, promissora carreira de leva-e-traz; comprar na Europa e Oriente vender no Brasil e vice-versa. Ganharíamos em qualidade de vida,liberdade,contato com a natureza,paz,alem do vento do mar nos nossos rostos e o sol a queimar...À noite nos amávamos no deck superior,embalados pelas ondas e sob o manto diáfano da Via Láctea.
23.45


Jantamos a moqueca de camarão que eu fiz; o cap. queria uma comida afrodisíaca. O jantar foi regado á vinho e de quebra teve bolo feito pelo Cook.


Nenhum comentário:

Postar um comentário