O BLOG DE FEVEREIRO/14
A
GRANDE BELEZA:
TEMOS UM NOVO FELLINI?
Não posso dizer que tivemos uma grata surpresa
quando,naquele sábado mortiço,fomos ao Gláuber Rocha assistir “A GRANDE BELEZA”.Na
verdade ,o que nos surpreendeu foi ter assistido a um filme magistral,coisa
difícil de se ver nos dias de hoje.
O cinema italiano que nos deu Antonioni,Visconti,Monicelli ,Pontecorvo
,Rossellini,De Sicca,Zefirelli , Tornatore e Fellini agora nos brinda com o
despontar de Paolo Sorrentino,para mim,um novo Fellini,com uma pequena
,mas,sutil diferença:uniu a imagem á música e esta á palavra, abrangendo assim ,as
três grandes vertentes da Cultura Contemporânea numa só obra – prima.
A maioria do público vai se identificar com Jep Gambardelli,
(interpretado por Toni Servillo) escritor de um livro só,jornalista frustrado e
bom vivant, cujo sonho é ser o “rei dos mundanos”;ele diz não querer mais compromissos e nem ser obrigado a nada porque chegou aos 65
anos e não há tempo suficiente para perder.”Além está o Além e eu não me ocupo
com o Além.”Até a trilha sonora – perfeita – se cala diante desta fala.E ,no
silêncio,quando o blá-blá-blá sem sentido
se cala temos um vislumbre da grande beleza.E,compreendemos porque Jep escreveu
um único livro:não há personagens que mereçam ser retratados ou imortalizados
no mundo de hoje.
Os personagens,quase todos mergulhados num turbilhão de
festas barulhentas e vazias,tédio e insatisfação se sucedem marcando presença
num mundo ininteligível para aqueles que vivem do trabalho e têm um objetivo no
viver.Personagens e cenas que vão do grotesco ao sublime ,desfilam diante de
nossos olhos deslumbrados.
Um deles,a freira meio caquética ,mas,que realiza
milagres;ou o grotesco cardeal candidato a papa que só pensa em comida e a tudo
responde com a receita de um prato;ou a Condessa ,cujo filho tantã morre num
acidente provocado e faz doação dos seus bens terrenos para virar missionária.E
as inúmeras atrizes,artistas e mágicos, loucos para subir na vida ,capazes das
maiores degradações para terem um minuto
de fama.
Todos procurando a
grande beleza,inclusive o Jep ,o único com sede de transcendência que,mergulhado
até o pescoço numa sociedade hipócrita e decadente encontra,afinal, a grande beleza nas coisas
simples e num amor de juventude, onde deixou seu coração ainda puro.
A música merece um capítulo á parte. Ela completa e domina
o filme.Sabe-se que a música não foi feita para o filme;mas,fiquei em dúvida se
o filme foi feito para a música. Confuso?Nem tanto!Pois existe uma união
perfeita entre ambos.
O filme mostra a moderna música erudita,principalmente a música sacra onde brilham nomes como Arvo Part, John
Taverner e VladimirMartynov,partindo de temas como “The Lamb”,do poeta
inglês,William Black,que eleva nosso espírito e “My heart’s in the Highlands,do poeta escocês Robert Burns” e
onde , em algum lugar ,no passado,todos nós,inclusive o errático Jep ,um dia
deixamos nossos corações.
The Beatitudes” ,de
Martynov, que está presente no milagre
dos flamingos provocado pela freira santa,volta nos créditos finais para nos
provocar “una furtiva lacrima” até sairmos do cinema.
OS POEMAS QUE INSPIRARAM OS COMPOSITORES
"A música de Taverner,Part e Górecki oferece repouso numa era de saturação. "
Alex Ross,crítico americano
Alex Ross,crítico americano
ROBERT BURNS, ESCÓCIA (SEC. XVIII)
Farewell to the Highlands, farewell to the North,
The birth-place of Valour, the country of Worth;
Wherever I wander, wherever I rove,
The hills of the Highlands for ever I love.
My heart's in the Highlands, my heart is not here;
My heart's in the Highlands a-chasing the deer;
A-chasing the wild-deer, and following the roe,
My heart's in the Highlands wherever I go.
Farewell to the mountains high covered with snow;
Farewell to the straths and green valleys below;
Farewell to the forests and wild-hanging woods;
Farewell to the torrents and loud-pouring floods.
My heart's in the Highlands, my heart is not here;
My heart's in the Highlands a-chasing the deer;
A-chasing the wild-deer, and following the roe,
My heart's in the Highlands wherever I go.
Adeus às Highlands, adeus para o Norte,
o lugar de nascimento de valentia, o país de Worth;
Onde quer que eu ando, onde quer que eu Rove
. As colinas do Planalto, para sempre eu te amo Meu coração nas Terras Altas, o meu coração não é aqui, meu coração nas Highlands um perseguindo o veado; A-perseguindo o selvagem-cervos, e seguindo o ovas, Meu coração está no Highlands, onde quer que eu vá. Adeus às montanhas alta cobertos de neve; Adeus às straths e verde vales abaixo; Adeus às florestas e bosques selvagem pendurado; . Adeus aos torrents e inundações alto-derramando meu coração nas Terras Altas, o meu coração não está aqui, meu coração nas Highlands um perseguindo o veado; A-perseguindo o selvagem-cervos, e seguindo o ovas, Meu coração está no Highlands, onde quer que eu vá.
o lugar de nascimento de valentia, o país de Worth;
Onde quer que eu ando, onde quer que eu Rove
. As colinas do Planalto, para sempre eu te amo Meu coração nas Terras Altas, o meu coração não é aqui, meu coração nas Highlands um perseguindo o veado; A-perseguindo o selvagem-cervos, e seguindo o ovas, Meu coração está no Highlands, onde quer que eu vá. Adeus às montanhas alta cobertos de neve; Adeus às straths e verde vales abaixo; Adeus às florestas e bosques selvagem pendurado; . Adeus aos torrents e inundações alto-derramando meu coração nas Terras Altas, o meu coração não está aqui, meu coração nas Highlands um perseguindo o veado; A-perseguindo o selvagem-cervos, e seguindo o ovas, Meu coração está no Highlands, onde quer que eu vá.
ROBERT BURNS,POETA NACIONAL DA ESCÓCIA
O Cordeiro
Cordeirinho, quem te fez?
Pois tu sabes quem te fez?
Deu-te a vida e deu-te pasto
Ribeirinho e largo prado
Deu-te roupa de delícia
Lã macia sem malícia
& deu-te esta voz tão terna
Alegrando toda a terra:
Cordeirinho, quem te fez?
Pois tu sabes quem te fez?
Cordeirinho, vou dizer-te,
Cordeirinho, vou dizer-te!
É chamado por teu nome
Pra si mesmo dá teu nome
Ele é meigo e moderado
De menino Ele é chamado:
Eu menino e tu cordeiro
Temos hoje o nome Dele.
Cordeirinho, Deus te crie.
Cordeirinho, Deus te crie.
MORA NA FILOSOFIA
MINHA VIDA LITERÁRIA
MACAPÁ/2013
OFICINA DE CONTOS EM 4 ESCOLAS ESTADUAIS
Pois tu sabes quem te fez?
Deu-te a vida e deu-te pasto
Ribeirinho e largo prado
Deu-te roupa de delícia
Lã macia sem malícia
& deu-te esta voz tão terna
Alegrando toda a terra:
Cordeirinho, quem te fez?
Pois tu sabes quem te fez?
Cordeirinho, vou dizer-te,
Cordeirinho, vou dizer-te!
É chamado por teu nome
Pra si mesmo dá teu nome
Ele é meigo e moderado
De menino Ele é chamado:
Eu menino e tu cordeiro
Temos hoje o nome Dele.
Cordeirinho, Deus te crie.
Cordeirinho, Deus te crie.
MORA NA FILOSOFIA
MINHA VIDA LITERÁRIA
OFICINA DE CONTOS EM 4 ESCOLAS ESTADUAIS
Prezada Míriam, grande abraço.
ResponderExcluirEstou entusiasmado pra ver o filme apresentado acima. Sobre seu envolvimento com a literatura em várias praças por aí, parece um sonho.
Muito bacana de ver.
Bjão,
Adh2bs