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domingo, 20 de maio de 2012

TEMPOS DE POLÍTICA


fiat lux
edição de maio/2012







                      POLITIC@ &PUBLICID@DE
Não procure a verdade na publicidade; ela,não só não estará no fundo do poço,como sumiu de lá; restou a imagem,a impressão da verdade,que pode até ser uma mentira.Em suma: não é o que você diz; mas,sim,o que o outro entende.
Ora, na política,a verdade sempre foi posta de lado; por isso o casamento da publicidade com a política deu tão certo;combinam como feijão e arroz.
A TV é hoje,o maior cabo eleitoral dos políticos; lá,eles podem desfiar seu rosário de mentiras,que,a iluminação,o ângulo,o clima criado,favorece a crença em tudo que se ouve.
Como a bailarina de Chico Buarque,na Tv,os políticos não tem frieiras,cuecas um pouco velhas,nem tiram ouro do nariz; estão sempre impecáveis,sorridentes,preocupados com o nosso bem-estar,pois,se eleitos,não terão mais que se preocupar com o bem –estar deles, nem de seus parentes,se a lei contra o nepotismo não passar ou não decolar.
Enfim,o que os publicitários querem é vender o produto; nenhum compromisso com o bem ou o mal que tal produto leve á sociedade; e,os políticos,hoje,são meros produtos,já vêm prontos e tabelados para você usar; o fato de todo um povo ser usado por eles,não parece preocupar os publicitários,nem os partidos.
Sepulte a ilusão de que os telejornais são apartidários; os aparelhos de comunicação são concessões governamentais, por isso,seus interesses sempre estão á frente.
Debates na Tv podem ser conduzidos de uma forma, que favoreça o candidato mais ao gosto do grupo a que a Tv pertence.
Neste ninho de cobras que é a política,ou seja,o poder,não existem ingênuos. O eleitor tem que exercitar sua inteligência para separar o joio do trigo já que  a embalagem é a mesma.
Os candidatos são meros produtos como o sabão em pó que você usa ou seu desodorante preferido.
Experimente filtrar o que aparece nas telinhas e procure a verdade que mais interessa: a sua.










UM TEXTO GENIAL!


MOTEL


Modorrenta demais aquela vida. Trabalhar, casa; casa, trabalhar. De vez em quando levar a companheira para uma esticada em um barzinho da cidade ou ao clube que ficava em frente à sua casa e só. Resumia-se a isso a diversão daquele casal feito “Eduardo e Mônica” 1 às avessas. Ele gostava de uns papos-cabeça, ela nas aulinhas ainda para terminar o primeiro grau na escola pública.

Um dia resolveu fazer um afago diferente. Convidou-a para irem a um motel. E na capital. Era um acontecimento e tanto. As duas coisas. A viagem à capital e a aventura mágica, recheada de todo o clima romântico imaginável. Vieram no ônibus que saía às seis da manhã. Antes, gostariam de dar uns passeios bucólicos e gastronômicos. Passear no parque municipal, cartão de visitas obrigatório de todos que vêm do interior pela primeira vez e comer num restaurante bacana. Peão, quando bota um décimo terceiro salário no bolso e ainda não fez dívidas, segura que é um esbanjamento só.

Do centro pegaram um táxi rumo ao anel rodoviário. O seu entorno possui em todas as saídas para outros estados, motéis para todos os gostos e bolsos. Escolheu pela indicação do motorista do táxi, que estava acostumado a esse transporte de passageiros afoitos e inexperientes no assunto (claro que ganhava uma comissãozinha do motel onde levasse clientes). Mas não tinha problemas. O lugar era bom mesmo. Bonito que só vendo!

Deslumbramento total. Piscina, sauna, frigobar, hidromassagem, tv com filmes eróticos, música ambiente, cama redonda e espelho no teto. E, no cardápio, comidinhas para antes e depois do amor. Precisava mais em um ambiente poético moderno? Pois o meu amigo não deixava de tirar proveito de nada. Era um gole no uísque on the rocks, uma entradinha na sauna, um pulo na piscina. Liga a música, põe um filme, toma mais uma, pede um tira-gosto e ela esperando ansiosa, já devidamente ornamentada de lingerie de seda, arranjando uma posição que ficasse mais sensual diante daquela imensidão de espelhos. De vez em quando ele se lembrava e ia lá lhe dar um selinho, ou um beijinho na ponta do nariz. Uma cara de felicidade que mal cabia em seu rosto. E ela, lá, agora já chamando-o insistentemente para um encontro libertino. Desejava ardentemente encerrar aquela outra “lua de mel” com um inesquecível, memorável, inolvidável e prazeroso sexo com seu amado. Depois de tanta insistência e nada do amigo “comparecer”, ela apela aos seus brios:
- Como é, vai ficar aí só nessa regalia? Vem logo, não estou me aguentando! Ele tomou mais uma tragada generosa, olhou a tabela de preços, o tempo que ainda dispunham para permanecer sem pagar mais uma diária e disparou:
- Olha amor, vamos aproveitar tudo isso aqui bastante! Sexo a gente faz lá em casa, tá bom?
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1 Eduardo e Mônica são os personagens da música (de mesmo nome) de Renato Russo.

Texto do delicioso livro de crônicas do escritor mineiro José Cláudio Adão , para o livro de crônicas ,"VIDA DE PEÃO",em breve nas livrarias.




                  FILOSOFIA DE VIDA























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