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segunda-feira, 30 de abril de 2012

CONTOS QUE NOSSAS AVÓS CONTAVAM: A PULGA E O REI



Era uma vez um rei muito mau,injusto e que maltratava seus súditos,aumentava os impostos e tomava suas terras.


Mas, não podia ser deposto porque tinha um exército leal e poderoso.


-Sou rei por direito divino,dizia.Ninguém pode comigo!


Uma pulga que estava passando,assuntou na palavra do rei e disse:


-Esse pretensioso bem que merece uma lição!...


Naquela noite,quando o rei deitou-se,nos seus fofos colchões,sentiu algo como se fosse uma picada de alfinete.


-Que é isto!? Assustou-se o rei.


E,levantando-se,furioso,da cama,sacudiu os lençóis e cobertores,chamou o criado que vasculhou tudo e nada encontrou,claro,porque a pulga escondeu-se nas barbas do monarca.


Mal deitou-se,sentiu de novo a picada.


Desta vez a pulga apresentou-se e lhe disse que estava disposta a castigá-lo e sugar todo o seu sangue se ele não se tornasse um rei amável e humano.


Embasbacado,mas,fora de si de ódio ,o rei lhe disse:


-Como te atreves?És tão pequena e insignificante e queres atacar e destruir o homem mais poderoso da terra!?


A pulga nem ligou para o que ele disse e continuou a fazer o que sabia fazer muito bem:picar.






O rei não pregou olhos a noite inteira.


Mal o dia amanheceu,mandou fazer uma limpeza geral,tomou um banho pé e cabeça,enquanto dezenas de sábios munidos de possantes microscópios examinavam cuidadosamente o quarto e arredores.


Mas,não acharam a pulga que dormia placidamente sob o manto de cetim que o rei portava.


Naquela noite,exausto,o rei deitou-se muito cedo.


Daqui a pouco,nova picada.


O rei deu um pulo da cama e avistou a pulga no edredom,passeando.


Correu para matá-la,mas,ela era muito ágil e ele muito velho e gordo,então,cansado,derrotado,perguntou:


-O que queres,infeliz?


-Que te tornes humano e cuides bem do teu povo.


O rei chamou seus soldados,seus generais,seu estado-maior, seus ministros,o cardeal e todos entraram pressurosos,atropelando uns aos outros,com o pensamento nas sinecuras e nas benesses que poderiam perder.


Fizeram a cama em pedaços,arrancaram o dossel,rasgaram o brocado das paredes,arrancaram mármores e tapetes,mas,não encontraram a pulga que estava bem escondida na cabeleira do rei.


Ministros e criados levaram o monarca para outro aposento,mas,a pulga saltou da cabeleira e começou a picá-lo toda a noite.


No dia seguinte o rei mandou colocar um edital em todas as igrejas e prédios públicos ordenando que o povo destruísse todas as pulgas sob pena de açoite.


Mas,a pulga,escondida no seu manto,ficou a salvo.


O corpo do rei estava cheio de manchas e de beliscões e pancadas,que ele dava em si mesmo para matar a pulga implacável.


As noites insones começaram a atacar sua saúde e o rei ficou magro e pálido,sem forças para lutar;percebeu que,se não obedecesse à pulga,morreria.


-Entrego-me -disse o rei ,em tom cheio de lástima.


Farei o que queres.


-Faça o seu povo feliz.-


Como farei isto!?


_Age com humanidade e justiça.Respeita o direito dos mais fracos.Exila teus ministros e conselheiros,uma corja de aproveitadores e corruptos.


O rei fez melhor.Encheu seus bolsos de ouro,abandonou o país,não sem antes proclamar a República e o povo viveu feliz para sempre.


Dizem que Vitor Hugo costumava contar este conto a seus netinhos.Mas,como quem conta um conto aumenta um ponto,não sei se isto é verdade.


Só sei que a pulga-povo,se quisesse,destruiria todos os tiranos.




                       TODO DIA É DIA DE POESIA







CONCEDA-NOS DEUS


Ah, Deus, conceda-nos
A sorte de só viver,
Todos os dias,
Até o final
Com alegria
E acordar
Mais uma vez!



Ah, Deus, que ampara e cria
Com Sua Graça
Conceda-nos, sim,
A alegria
De muitos anos,
Muitas velinhas,
Muito viver...



Ah, Deus, ouça-nos bem,
E não nos prive
De convivermos,
Estarmos juntos,
E celebrarmos
A própria vida
Que concedestes!



Ah, Deus, aqui ficamos,
Olhando a estrada
E esperando
Que além da curva
 Só haja...


ANA BAILUNE, AUTORA DO LIVRO "VAI FICAR TUDO BEM..."
EM BREVE ,NAS LIVRARIAS






     

O QUE É A FILOSOFIA?

A filosofia é uma disciplina intelectual que utiliza métodos racionais e críticos. Trabalha com conceitos abstractos, procurando definir princípios gerais, respondendo às questões fundamentais da vida e da morte, do sentido da existência, dos valores individuais e sociais, da natureza da linguagem ou do conhecimento e da relação que temos com as coisas em si.
Em filosofia, podemos ter bons ou menos bons conceitos, bons ou menos bons argumentos, mas não podemos encontrar provas irrefutáveis, porque a filosofia não é uma ciência formal ou empírica (mesmo sendo o local onde as ciências se cruzam). De qualquer modo, a filosofia é fundamentalmente uma disciplina racional, ainda que os seus primeiros princípios não possam ser demonstrados.
A filosofia é múltipla: não existe uma, mas filosofias, diferentes e muitas vezes opostas umas às outras. Os filósofos elaboram algumas vezes um sistema respondendo sistematicamente, a partir de certos princípios de base (postulados fundantes considerados evidentes em si), às suas questões fundamentais (aquelas que são então definidas como sendo as questões essenciais, porque não existe consenso sobre essas matérias). Vários o fizeram, como Aristóteles ou Hegel. Outros não se decidiram por uma aproximação sistemática, privilegiando sobretudo abordagens críticas, como Nietzsche ou Derrida. Outros optaram por explorar uma área especializada da filosofia: filosofia da educação, da linguagem, da ciência, ética fundamental, estética, filosofia da psicologia, filosofia na Idade Média, etc.
A filosofia e os filósofos opõem-se constantemente sobre diversas questões a partir de diferentes princípios e das consequências que daí retiram. Deste modo a filosofia é um perpétuo recomeço, porque no seu seio não podemos encontrar respostas definitivas ou universalmente válidas. Por outro lado, a filosofia tem uma dimensão pessoal: cada filosofia exprime o estilo do filósofo que a propôs.
Em filosofia, as operações de base são: informar, problematizar, conceptualizar, julgar e argumentar. Os seus instrumentos de trabalho envolvem a análise (análise conceptual, lógica ou linguística), a síntese, a crítica e a dialéctica (discussão crítica). Os filósofos não privilegiam as questões elementares, abordadas de modo directo e vulgar, interessam-se sobretudo por questões complexas, gerais e mais abstractas, procurando remeter sempre as perguntas-problema para os seus fundamentos últimos (valores e escolhas metodológicas fundamentais, postulados ontológicos e gnoseológicos).
De um modo geral podemos distinguir três grandes formas de filosofar:
1. A forma rigorosa, analítica, "científica". Ex.: Bertrand Russel.
2. A forma poética, metafórica, literária. Ex.: Kierkegaard.
3. Todas as variantes entre estes extremos!
Consideremos a seguinte questão metafísica: 
«Porquê existe o ser em vez do nada?» (Leibniz)
Exemplo do processo a seguir...
1.ª hipótese: Analisar os termos da questão. Eventualmente concluir que ela não tem uma significação exacta, puramente afectiva ou impossível de responder, dado que ultrapassa os limites do nosso conhecimento.
2.ª hipótese: Reflectir sobre o conceito do Ser, do nada (ou do não-ser, ou do vazio) ou da existência em-si. Sugerir pontos de vista intuitivos sobre o conhecimento do Ser. Comparar com outras ontologias (talvez para as rejeitar).
3.ª hipótese: Qualquer combinação entre as hipóteses anteriores, i. é, um compromisso entre a análise e a especulação.
Geralmente possuímos a priori  uma sensibilidade que nos predispõe para um destes estilos, ou destes métodos. A nossa relação com a filosofia é uma tarefa essencialmente pessoal.
Piaget afirmava: «A filosofia é uma fé racional.» Ela envolve um pouco de religião, um pouco de literatura, um pouco de lógica e um pouco de ciência, contudo distingue-se nitidamente de cada um destes discursos. Num certo sentido, somos todos filósofos, referia Gramsci, mas de um modo incoerente e ingénuo. Estamos rodeados por diversas ideologias que determinam em parte as nossas percepções, as nossas concepções, os nossos pensamentos e finalmente as nossas acções. Temos que nos transformar em filósofos mais coerentes e mais críticos. É necessário, diz ainda Gramsci, «tornarmo-nos nos nossos próprios guias».
Hoje a filosofia transformou-se numa disciplina muito especializada  e muito dividida. A sua história é longa e prestigiosa, o seu conjunto de discursos é considerável e muito diversificado, os seus métodos são numerosos e complexos, cada área de investigação está repleta de obras e posições divergentes. O seu estudo exige muito trabalho e muito rigor.
Tradução de Maria Lisete (12.º N)
Revisão específica de J. Costa
Arranjo gráfico de A.R.Gomes

Extraído da INTERNET


http://ocanto.esenviseu.net/eyes.gif






6 comentários:

  1. Miriam,um conto maravilhoso e como seria bom se houvesse uma pulga em cada reino!...rss...linda poesia da Ana tb!Bjs e boa semana!

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    1. Amiga, essa pulga povo tá custando muito de picar.
      E ,a Ana,é uma poetisa maravilhosa.
      Quem sabe é um atributo das Anas?
      bjks

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  2. Amei este conto, menina que bom se o nosso povo percebesse a força que tem não é? Eta pulguinha sabida. Agora o poema oração da Ana é espetacular, parabéns a ela e a você por compartilhar conosco, beijos Luconi

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    1. Amiga, o livro de poemas da Ana é de uma beleza e sensibilidade fantásticas.
      Grande abraço

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  3. Já pensou de quantas pulgas precisaríamos atualmente no Brasil???kkkk
    Beijos meus!

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  4. Que tal nós, blogueiras cutucarmos, essas pulguinhas? rsss
    bjks

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