$ A AVAREZA $

O AVARENTO É O MAIS LEAL DEPOSITARIO DOS BENS DOS SEUS HERDEIROS
                                                                                                   (MARQUÊS DE MARICÁ).

Todo avarento é pobre;vive sentado sobre o ouro,mas,não gasta nada,passa privações,não oferece nada a ningúem,e,guarda seus bens com a ferocidade de um leão na selva.O avaro é um infeliz: vive eternamente em guarda,com medo de perder o que possui,desconfiando de todos,achando que as pessoas se aproximam dele para tirar-lhe alguma coisa,inquieto,angustiado,sempre alerta.  Se isso é felicidade...

A palavra avareza vem do latim “avidus aeris”que significa ávido por cobre;e,do grego”filarguria”(amor á prata).Pode ser traduzida como ganância:querer abarcar o mundo com as pernas,amealhar muito,nada dividir ou compartilhar.O dinheiro é seu senhor,não seu escravo.Essas pessoas são capazes de tudo pelo “ter”;roubam,matam,enganam,mentem,traem,fraudam,pois,para eles,os fins justificam os meios.O dinheiro é mais importante que a felicidade,a família,os amigos.

O ser humano normal respeita o dinheiro,fonte de benefícios para sua vida e para favorecer outras pessoas mais necessitadas;pois,o dinheiro ,como a eletricidade,tanto ilumina,como mata;há que ter cuidado no trato dos dois.
Eu,que sou epicurista e não quero ser a mulher mais rica do cemitério,sei que o avarento passa privações;porque passar privação,no meu entender,é poder ter um desejo realizado,ou um bem,ou satisfazer um prazer,e,abrir mão de tudo isso para guardar dinheiro.Claro que não me refiro aos poupadores,aqueles que,muito sabiamente,deixam de lado “algum”,para os dias das vacas magras,

O demônio da avareza é Mammon(lembram-se das palavras de Cristo: a quem serves,a Deus ou a Mammon?),mas,não existe a avareza apenas do dinheiro;existem os avaros de carinho,de solidariedade,incapazes de ajudar aos outros,pois o avarento odeia o verbo Dar.Há muitos pobres que são avarentos de coração,secos,incapazes de um beijo ou de um afago,porque esse gesto transmite amor,entrega e eles têm medo de doar-se a si mesmo.

Quem dá pouco,é parco;quem dá muito,perdulário;quem não dá nada é agarrado;quem dá com dificuldade é “vendedor de cominho”como dizia Aristóteles,pois tem em grande conta coisas de pouco valor.
Aliás,ele dizia que a avareza é o pecado da velhice,pois o velho,por insegurança e fraqueza,não gosta de desfazer-se do que tem;eu acho que é o pecado dos políticos,pois,na sua ânsia pelo poder,traem,fraudam,mentem,são duros de coração,enganam,vivem inquietos quanto ao próprio futuro,e desdizem hoje o que afirmavam ontem,logo são perjuros.Aliás,está aberta a temporada de caça aos tolos:os políticos estão nas ruas,com sua bagagem de mentiras e cabe a nós estarmos atentos.

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