Senhor da floresta,um
índio guerreiro da raça tupi...
Esse trecho de uma antiga
canção de Augusto Calheiros define como
uma luva a figura de Ararigbóia.
Alguns autores tiraram o g
do seu nome,mas,me perdoem os sábios,não concordo.Seu nome significa “cobra feroz”
e o g,me parece etnologicamente ,fundamental para a palavra tupi gbóia,que deu
a nossa jibóia e significa cobra.O certo
é que se nós hoje temos uma unidade territorial,se o Rio de
Janeiro continua lindo e nosso,devemos muito a esse
bravo filho do cacique Maracajá-Guassu que, ao lado dos portugueses ajudou a
expulsar os franceses de Villegainon,com um exercito de 8000 aguerridos
selvagens,cujos atos de bravura,definiram a guerra .
Muito se há que falar
sobre ele,mas,o espaço é curto e o
leitor impaciente
.Fiel aliado de Mém de Sá,de
quem foi amigo pessoal, Ararigbóia e seus teminimós venceram a sangrenta
batalha de Uruçu-Mirim,que deu a vitoria aos lusos.
Sozinho,num gesto de
loucura heróica,o cacique explodiu o paiol de pólvora dos franceses usando uma
tocha e abriu caminho para os portugueses;nesta batalha,Estacio de Sá
morreu,vítima de uma flecha envenenada.
Não satisfeito com a
façanha,Aararigbóia nadou até o forte Coligny,derrotando os franceses,definitivamente.
Não é curioso que o homem
que atravessou a nado a baía de Guanabara tenha morrido anos depois,afogado em
1574?
Como agradecimento pelos
seus feitos gloriosos,recebeu da coroa portuguesa a sesmaria de Niterói(água
escondida),converteu-se ao cristianismo ,batizou-se com o nome de Martim
Afonso,em homenagem a Martim Afonso de Souza.
De Niterói,nunca saiu;há
uma estátua sua no centro da cidade,quase em frente á estação das barcas,com os
olhos voltados para o rio.Seu ar nobre,orgulhoso,determinado,suas feições
boas,seu olhar magnífico ,comove e enche de orgulho o visitante.
Fala-se que ele inspirou o
“bom selvagem”,do livro “O Guarani”,de José
de Alencar.
Texto:Miriam de Sales
Já reparou que para a história oficial a maioria dos feitos indígenas cai na categoria de folclore? É a forma dos vencedores manifestarem seu "triunfo" sobre o nativo. Abraços, Miriam! Paz e bem.
ResponderExcluirPodia até ser o nome de um filme,querido Cacá:onde os fracos n/ têm vez;entendendo-se por fracos os q/ perderam a batalha.
ResponderExcluirPor isso eu os procuro,os encontro e os mantenho vivos. beijão