MORA NA FILOSOFIA...
UM BLOG CULTURAL
O PAÍS DOS MAUS HÁBITOS
A fronteira entre o bem e o mal,antes tão nítida ,anda bem confusa e misturada neste Brasil de
agora.Na política,especialmente,só nos resta escolher entre o mal e o pior.
Umas histórias que marcam bem essa mudança são os encontros secretos e noturnos do presidente
golpista com pessoas pouco sérias ,algumas,poderosas,no Palácio
Jaburu,propriedade do povo brasileiro emprestada aos vices viciosos que sempre o habitaram.
Em primeiro lugar deveria ser espantosa a visita tardia e
não agendada da nova Procuradora que tem muita coisa a procurar,mas,não á
noite,não no palácio e não sozinha com o presidente.Só por isto ,nos tempos da
boa e velha moral,deveria ser impichada,antes mesmo de assumir o cargo.Qualquer
brasileiro acharia isso muito impróprio.
Passeios de jatinhos particulares,festa do guardanapo,
jantares e almoços ,nada disso é mais novidade e ninguém acha amoral.
O brasileiro não se lembra ,mas,houve tempos em que os
juízes de verdade não admitiam nenhum tipo de proximidade com políticos ou
empresários ,mesmo que réus não fossem.Se
alguém quisesse falar com o juiz,aliás ,um funcionário público,que se dirigisse
ao fórum,presente o escrivão e demais funcionários e dissesse o que tinha a
dizer.
Assistir o Herói de Curitiba aos afagos com réus da lava- jato me causa
espécie.Ministro do Supremo soltando e
defendendo bandidos ,amigos próximos ,me
dá a impressão de “barata voa”,me deixa de cabelo em pé.O ministro
sinistro,em questão diz não ser nada de mais ,nada enxerga de podre no reino do
Brasil,mas,se fosse no reino da Dinamarca ,certamente seria expulso da
magistratura.Mas,hoje ,o” liberou geral “ está na moda e um juiz impoluto,sério
é carta fora do baralho.
Os homens públicos do Brasil não estão acima de qualquer
suspeita;ou melhor,todos suspeitam de todos e de tudo.Alguns se pautam em
convicção,não em provas, e parecem pairar acima da lei.In dubio pro judice.É
assim e pronto.
Quando minha mãe desconfiava de uma pessoa ou de uma coisa
dizia:-“Não me parece muito católico.”
Por não me parecer muito católicos esses personagens de hoje
parecem gozar de indulgência plenária,aquela que não apaga os
pecados,mas,liberta da pena o desinfeliz.
Parece que tem muito ministro fazendo caixa vendendo essas
indulgências.
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