Tela de Pedro Américo, a"A Independência do Brasil
O DIA DA INDEPENDÊNCIA
Já podeis da pátria,filhos,
ver contente a mãe gentil
....Trecho do Hino á Independência,da
autoria de D. Pedro I)
Nunca se fez historia sem convulsões
sociais; as lutas e conquistas são um duelo de antagonistas,cada um procurando
uma solução melhor para si e para seus interesses.
A pátria
amada,idolatrada,salve,salve,sempre foi um joguete nas mãos dos idealistas ou
realistas,dos conservadores ou dos liberais.
Com a Independência,não foi diferente.
Na época haviam duas fortes facções,querendo impor seus
conceitos:a elite coimbrã,que era composta por brasileiros ilustrados,que frequentaram
a Universidade de Coimbra e queriam fazer do Brasil,a sede do Império
Luso-Brasileiro,sem romper com a Corte
Portuguesa;seus principais membros foram José Bonifacio,Hipólito da Costa e
José da Silva Lisboa.
Já a elite brasiliense era totalmente
republicana e,embora aceitando a monarquia queria dar a esta uma feição
republicana.A maçonaria era parte dominante neste movimento ,liderado por
Gonçalves Ledo.
O Bonifacio era contra a Assembléia
Nacional Constituinte e,seu projeto para o Brasil era estabelecer as bases
políticas , sociais e culturais da nação brasileira,a integridade territorial
do país,com as províncias submetidas ao poder central, mudar a capital do país,para
o Interior para facilitar o povoamento e a integração dos índios á sociedade.
Achava também que,as sesmarias,terras
doadas pelo rei a particulares,quando não cultivadas seriam reintegradas á União
e distribuídas aos trabalhadores rurais.
Como se vê,foi o precursor da Reforma Agrária
e da criação de Brasília,já naqueles tempos tão antigos.
José Bonifacio era também favorável á
Abolição e achava que a miscigenação deveria ser estimulada para salvar o
nascente país de conflitos raciais.
Segundo este influente membro do Império,a
quem D. Pedro chamava ás vezes de pai e
amigo respeitado da Imperatriz D. Leopoldina,as leis viriam das Cortes de
Lisboa,mas,só seriam válidas com o referendo de D. Pedro.
Juntava-se a tudo isso um jornalismo
virulento com publicações cáusticas de ambas as partes, a pressão dos Deputados
de Lisboa,um príncipe jovem e afoito e temos um retrato fiel da sociedade
brasileira nesta época.
Não é de se estranhar que a Província
de S. Paulo estivesse em pé de guerra.
D. Pedro foi aconselhado a ir lá para
apaziguar os ânimos, depois que a Bernarda de Francisco Inácio depôs Martim
Francisco,irmão de José Bonifacio e tomou o poder.
D. Pedro sentiu-se insultado e
cavalgou para S. Paulo.
Entregou as rédeas do governo á
Imperatriz, que tornou-se assim,a
primeira mulher a ocupar a direção do governo,no Brasil.
O Príncipe chegou, viu e venceu e,só
saiu da província a 5 de setembro para ir até Santos. No meio da tarde,ás margens do Riacho Ipiranga,já atacado
de disenteria,que o faria parar a todo momento,saltou uma vez mais para
desafogar-se,quando, ainda abotoando a fardela recebeu das mãos de Paulo Brigaro, correio da Corte,documentos
enviados por D. Leopoldina e José Bonifacio,pedindo que ele voltasse
logo,pois,as Cortes Portuguesas anularam medidas tomadas pelo Príncipe,exigiam que ele demitisse ministros da sua escolha e o
acusavam de subversão e traição. Fulo de raiva, ao ler o despacho de Bonifacio
que dizia”de Portugal,só podemos esperar escravidão e horrores”,o Príncipe,impetuoso,reuniu
a guarda e falou:
-As Cortes Portuguesas querem mesmo
nos escravizar, passam por cima da minha autoridade e perseguem-nos. De hoje em
diante ,nossas relações estão quebradas.Nenhum laço,nos une mais.Arrancou ,com
raiva,o lenço azul e branco que trazia na manga,símbolo da raça portuguesa,e
gritou:
-Laços fora,soldados!Viva a Independência,
a Liberdade e a separação do Brasil!Desembainhou a espada e voltou a bradar:
-Pelo meu sangue,pela minha honra,pelo
meu Deus,juro fazer a liberdade do Brasil!
E,já de pé nos estribos,afirmou a
divisa do Brasil Independente:-Independência ou Morte! Eram exatamente 4 horas da tarde do dia 7 de
setembro de 1822. Entrou em S. Paulo dando vivas á Independência, lá mesmo escreveu
o Hino e foi finalmente aclamado Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil,no dia
12 de outubro de 1822,data do seu aniversario.
O HINO DA INDEPENDÊNCIA
Rei Cavaleiro,Dom Pedro I era príncipe ,músico e poeta.Coube a ele escrever o Hino da nossa Independência que ele mesmo proclamou.
O PINTOR PEDRO AMÉRICO
Pedro Américo foi
um destacado pintor brasileiro no século XIX.
Filho de Daniel Eduardo de Figueiredo e Feliciana
Cirne, Pedro
Américo de Figueiredo e Melo nasceu
no dia 29 de abril de 1843 na cidade de Areia, estado da Paraíba. Proveniente
de uma família de poucos recursos, juntamente com seu irmão Francisco Aurélio
de Figueiredo e Melo seguiu pelo caminho da arte desde cedo. A família, como um
todo, tinha vínculos com a arte, e o talento de Pedro Américo logo se destacou,
repercutiu pela cidade sua capacidade em desenhar.
O jovem Pedro Américo impressionou o viajante
francês Louis
Jacques Brunet, que decidiu levar o talentoso menino
em uma expedição. Foram vinte meses viajando pelo Nordeste do Brasil. Em 1854,
Pedro Américo foi para o Rio de Janeiro estudar no Colégio Dom Pedro II, onde
mais uma vez se destacou. Não tardou para que entrasse na Academia Imperial de
Belas Artes e conquistasse sucesso. O próprio imperador o concedeu uma pensão
para que estudasse na Europa.
Entre 1859 e 1864, Pedro Américo estudou na École
de Beaux-Arts, em Paris. Foi discípulo de um dos mais importantes pintores do
neoclassicismo francês, Ingres, e viajou por diversas capitais europeias para
ampliar o conhecimento. Voltou ao Brasil e foi aprovado em concurso para ser
Professor da Academia Imperial de Belas Artes. Um novo retorno à Europa lhe
rendeu o título de Doutor em Ciências Naturais ao defender sua tese em
Bruxelas.
Novamente no Brasil, casou-se com a filha de Manuel de Araújo Porto-alegre, Carlota de Araújo
Porto-alegre, e dedicou-se ao ensino da pintura. Foi uma fase em que produziu
diversas obras importantes, incluindo retratos de celebridades. A consagração
veio com o quadro Batalha
do Avaí, uma das obras mais importantes do
nacionalismo romântico no Brasil.
Pedro Américo foi
um pintor muito marcante do período imperial brasileiro, mas manteve seu
prestígio com a Proclamação da República. Enquanto outros pintores de sua
geração foram levados ao ostracismo, como Victor Meirelles, o talentoso pintor da Paraíba continuou
produzindo importantes obras. Chegou até a ocupar o cargo de deputado no
Congresso Constituinte, por Pernambuco, em 1890. Foi autor de importantes obras
de arte da República também, como o quadroTiradentes Supliciado, que se encontra no Museu Mariano Procópio, em
Juiz de Fora (MG).
Pedro Américo foi também historiador, filósofo,
escritor, romancista e poeta. Mas, sem dúvida, seu grande destaque foi como
pintor. Sua obra esteve inserida na arte neoclássica, privilegiando temas
históricos e personificações. Suas pinturas são fundamentais para se
compreender o patriotismo criado entre os brasileiros. Pedro Américo é
considerado um inovador na pintura brasileira e, pelo seu talento, recebeu
variados prêmios nacionais e internacionais. Muitas de suas obras entraram para
o imaginário
coletivo, sendo reproduzidas em diversas ocasiões. Entre as pinturas
mais importantes, além das já citadas, estão: A Batalha do Campo Grande, A
Fala do Trono, Independência ou Morte e Paz
e Concórdia.
Sofrendo desde a infância com beribéri, Pedro Américo praticamente ficou cego, além de empobrecido com a
crise nacional no começo da República. Faleceu no dia 7 de outubro de 1905 e
foi provisoriamente sepultado no Rio de Janeiro. Somente mais tarde seu corpo
foi transferido para sua cidade natal, Areia.
Fontes:
CHRISTO, Maraliz de Castro Vieira. Pintura,
história e heróis no século XIX: Pedro Américo e Tiradentes Esquartejado. Tese
de Doutorado, UNICAMP, 2006.
FERNANDES, Cybele V. F. A construção simbólica da
nação: A pintura e a escultura nas Exposições Gerais da Academia Imperial das
Belas Artes. In: 19&20 – A revista eletrônica
de Dezenove
Davi e Abisag
MACHADO, Vladimir. Pedro Américo.
Fonte:Infoescola
A Batalha do Avaí
A Carioca
A BANDEIRA DO IMPÉRIO BRASILEIRO
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