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terça-feira, 26 de outubro de 2010

SONETO DE MÁRIO QUINTANA :AH! OS RELÓGIOS







Amigos, não consultem os relógios


quando um dia eu me for de vossas vidas


em seus fúteis problemas tão perdidas


que até parecem mais uns necrológios...


Porque o tempo é uma invenção da morte:


não o conhece a vida - a verdadeira -


em que basta um momento de poesia


para nos dar a eternidade inteira.


Inteira, sim, porque essa vida eterna


somente por si mesma é dividida:


não cabe, a cada qual, uma porção.


E os Anjos entreolham-se espantados


quando alguém - ao voltar a si da vida -


acaso lhes indaga que horas são...


Mário Quintana ,poeta gaucho

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

SONETOS ROMÂNTICOS: ÁLVARES DE AZEVEDO



Pálida, à luz da lâmpada sombria,


Sobre o leito de flores reclinada,

Como a lua por noite embalsamada,

Entre as nuvens do amor ela dormia!



Era a virgem do mar! na escuma fria

Pela maré das águas embalada!

Era um anjo entre nuvens d'alvorada

Que em sonhos se banhava e se esquecia!



Era mais bela! o seio palpitando...

Negros olhos as pálpebras abrindo...

Formas nuas no leito resvalando...



Não te rias de mim, meu anjo lindo!

Por ti - as noites eu velei chorando,

Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!



Álvares de Azevedo
 
 
Álvares de Azevedo




Nascido a 12 de setembro de 1831 em São Paulo, onde seu pai estudava, transferiu-se cedo para o Rio de Janeiro. Sensível e adoentado, estuda, sempre com brilho, nos colégios Stoll e Dom Pedro II, onde é aluno de Gonçalves de Magalhães, introdutor do Romantismo no Brasil. Aos 16 anos, ávido leitor de poesia, muda-se para São Paulo para cursar a Falculdade de Direito. Torna-se amigo íntimo de Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães, também poetas e célebres boêmios, prováveis membros da Sociedade Epicuréia. Sua participação nessa sociedade secreta, que promovia orgias famosas, tanto pela devassidão escandalosa quanto por seus aspectos mórbidos e satânicos, é negada por biógrafos mais respeitáveis. Mas a lenda em muito contribuiu para que se difundisse a sua imagem de "Byron Brasileiro". Sofrendo de tuberculose, conclui o quarto ano de seu curso de Direito e  passa férias no Rio de Janeiro. No entanto, ao passear a cavalo pelas ruas do Rio, sofre uma queda, que traz à tona um tumor na fossa ilíaca. Sofrendo dores terríveis, é operado - sem anestesia, atestam seus familiares - e, após 46 dias de padecimento, vem a falecer no Domingo de Páscoa, 25 de abril de 1852.


Transcrito do site Sonetos.com.br
Contribuição de: Douglas Pereira




quinta-feira, 8 de julho de 2010

Soneto da Separação






De repente do riso fez-se o pranto


Silencioso e branco como a bruma


E das bocas unidas fez-se a espuma


E das mãos espalmadas fez-se o espanto.






De repente da calma fez-se o vento


Que dos olhos desfez a última chama


E da paixão fez-se o pressentimento


E do momento imóvel fez-se o drama.






De repente, não mais que de repente


Fez-se de triste o que se fez amante


E de sozinho o que se fez contente.






Fez-se do amigo próximo o distante


Fez-se da vida uma aventura errante


De repente, não mais que de repente.






Vinicius de Moraes

IMG:Busca Google

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Nunca se separe de um bom livro.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

CANTINHO DA POESIA


SONETO


Elizabeth barrett Browing

As minhas cartas! Todas elas frio

Mudo e morto papel!No entanto agora

Lendo-as,entre as mãos Trêmulas

o fio da vida eis que retomo hora por hora.

***

Nesta, queria ver-me -era no estio-

Como amiga a seu lado... Nesta implora

Vir e as mãos me tomar...Tão simples!

Li-o e chorei. Nesta diz quanto me adora.

***

Nesta confiou: sou teu,e,empalidece

A tinta no papel, tanto o apertara

Ao meu peito, que todo inda estremece!

***

Mais uma...O meu amor,o que me disse

Não digo. Que bem mal me aproveitara

Se o que então me dissesse eu repetisse...

***

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

CANTINHO DA POESIA



SONETO
Elizabeth barrett Browing
As minhas cartas! Todas elas frio
Mudo e morto papel!No entanto agora
Lendo-as,entre as mãos Trêmulas
o fio da vida eis que retomo hora por hora.
***
Nesta, queria ver-me -era no estio-
Como amiga a seu lado... Nesta implora
Vir e as mãos me tomar...Tão simples!
Li-o e chorei. Nesta diz quanto me adora.
***
Nesta confiou: sou teu,e,empalidece
A tinta no papel, tanto o apertara
Ao meu peito, que todo inda estremece!
***
Mais uma...O meu amor,o que me disse
Não digo. Que bem mal me aproveitara
Se o que então me dissesse eu repetisse...
***