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terça-feira, 26 de outubro de 2010

SONETO DE MÁRIO QUINTANA :AH! OS RELÓGIOS







Amigos, não consultem os relógios


quando um dia eu me for de vossas vidas


em seus fúteis problemas tão perdidas


que até parecem mais uns necrológios...


Porque o tempo é uma invenção da morte:


não o conhece a vida - a verdadeira -


em que basta um momento de poesia


para nos dar a eternidade inteira.


Inteira, sim, porque essa vida eterna


somente por si mesma é dividida:


não cabe, a cada qual, uma porção.


E os Anjos entreolham-se espantados


quando alguém - ao voltar a si da vida -


acaso lhes indaga que horas são...


Mário Quintana ,poeta gaucho

terça-feira, 19 de outubro de 2010

TROPA DE ELITE 2, AFINAL QUEM É O INIMIGO?



Sou uma dos muitos brasileiros que correu para assistir Tropa de Elite.Aliás,assisti aos dois.E,gostei de ambos.Ao se medir a quantidade de espectadores,o filme “pegou geral”.Até a última quarta-feira,13, foi visto por 2,6 milhões de espectadores.

Este filme proporciona tudo o que exigimos de um bom thriller:agilidade,realismo,expectativa,suspense, diversão e uma boa dose de reflexão.

Fui uma das últimas a me levantar da poltrona,imersa nos meus mais profundos pensamentos.

A mistura de traficantes,milicianos,policiais ,moradores inocentes e políticos de alto escalão,me deixou perplexa,pois,uma coisa é você saber que esta coisa existe,outra é você se defrontar com ela –cruamente –como aparece no filme.

Aquela cena dos helicópteros do Bope adentrando a favela e bandidos fugindo num verdadeiro,risível e trágico “barata voa”,alvo fácil para os policiais é antológica.Confesso que até eu me assustei e me compadeci daqueles moradores que têm que conviver com esse martírio.

Há muito não vejo um filme nacional tão bem feito e tão oportuno.Existe até um elemento “de verdade” na fita.O herói dos direitos humanos,o Fraga,cujo personagem foi inspirado no deputado real Marcelo Freixo,do PSOL,que,por denunciar as milícias numa CPI,vive até hoje sob escolta,ameaçado de morte desde 2008.”As milícias proliferam no Rio por uma infeliz combinação de décadas de ausência do estado com uma polícia violenta e o velho clientelismo da classe política”,falou numa entrevista à Veja.

Sob o envolvimento de políticos importantes com as milícias ,todos nós,bem informados,sabíamos.As milícias garantem votos para governador,prefeito e deputados estaduais.Lembram-se do Nadinho,miliciano da Favela do Rio das Pedras,que se elegeu vereador,mas,acabou assassinado?

“A milícia é a promiscuidade do Estado com o crime”,diz Luis Soares,especialista em segurança pública e colaborador num livro sobre as milícias que originou o filme.

Não vou me estender no enredo porque todos já o conhecem; não quero tirar o gostinho da descoberta,direito dos meus leitores.Mas,quero recomendá-lo.Não deixem de assistir e tirar suas próprias conclusões.Não devemos nos esquecer de que,todo banditismo é consentido.O Estado soberano é forte e,se quiser,acaba com traficantes e milicianos,que,na verdade,ocupam o vazio que o poder público deixa na sociedade.Os dois filmes anteriores já desmistificaram o tráfico e a milícia;falta agora desmascarar o usuário,tratado como um coitadinho,um doente,quando,na realidade,é o vício e o dinheiro dele que sustenta tudo isto. Precisamos mesmo dar um puxão de orelha na hipocrisia dos usuários de drogas da classe média,que singram mares de almirante como se não fossem eles os responsáveis por essa ferida que destrói o tecido social.

PALAVRA DE LEITOR:


19/10/10 21:56 - GIL DE OLIVE

Espero que goste do filme o tanto que gostei de ler seu texto!



19/10/10 18:16 - josé cláudio




Miriam, a violência com tudo que ela carrega de tráfico, prostituição,

extermínios, corrupção, virou um grande nogócio no mundo capitalista.

E grandes negócios envolvem pessoas influentes e com poderes

decisórios. Não acabará nunca, enquanto for tratada como negócio mas

com uma máscara de combate pelo estado. Isso é o meu ponto de vista.

Perfeita a sua análise. Abração. paz e bem.



21/10/10 20:25 - Rejane Chica,p/ e-mail




Mais uma maravilhosa resenha,Miriam.És DEZ mesmo...Não sei o que esses

baianos estão esperando pra te contratar para um jornal.beijos,chica e

adorei a foto.




23/10/10 19:32 - Juli Lima

Boa noite! Filme denúncia? Precisamos mudar isso! Há muita conivência.

Falta vontade política. Quem ganha com o medo do povo? Fez-me lembrar

da água no sertão. Bj poesia


24/10/10 17:58 - Marlene de Letícia


Olá, minha querida Miriam! De verdade, eu assisti e não gostei. Assim

como não gostei do filme sobre a vida de Chico Xavier, e também Os

dois filhos de Francisco. Não cabe aqui escrever porque não gostei dos

filmes, mas cabe dizer que você escreve maravilhosamente bem. A

resenha está muito bem redigida, prendendo a atenção desde o início.

Ficou perfeito o comentário do meu amigo José Claudio. Amei te

conhecer e o seu trabalho. Parabéns!



25/10/10 03:03 - Ivone Alves SOL


Ainda não assisti ao filme, por isso falarei da sua resenha: Como

sempre perfeita. Rica em detalhes e com uma narrativa que nos leva a

visualizar o filme sem acionar o telão. Bjs e parabéns amiga que amo!

Veja a divulgação de nosso livro em minha página.








































terça-feira, 12 de outubro de 2010

INOVAR É VIVER!



Novidade, na Internet,não é novidade!

A cada dia a rede nos faz parecer mais velhos e renascer mais novos na manhã seguinte;dormimos com o PC e acordamos com o lap-top;dormimos com um livro e acordamos com o kindle;dormimos com o iPhone e acordamos com os tablets.

Pois,sim,os tablets são o mais novo hit da rede.Eles vão mudar o seu modo de se informar,trabalhar e se divertir,cara pálida.E vai ser muito bom!

Na verdade, o tablet é ,simplesmente,uma prancheta;não aquela prosaica que você levava para a escola ou trabalho.Ele agrega os recursos de um computador portátil aos dos smartphones, aqueles celulares que nos dão acesso à internet,sonho de consumo de muitos brasileiros.Tem uma tela sensível ao toque,responde ao movimento dos dedos,permitindo” folhear “páginas da internet,fotos e livros digitais.

Como é um aparelho maior,permite uma leitura agradável e assistir a vídeos,com mais conforto.

Os primeiros foram apresentados por Steve Ballmer,da Microsoft, na maior feira de eletrônicos do mundo,em Las Vegas;mas,o queridinho dos internautas vai ser mesmo,segundo as más línguas,o criado pela Apple,que deverá ser lançado em Fevereiro,já de olho na internet móvel,cujo tráfego deve crescer 66 vezes entre 2008 a 2013.

“Não se ansiava tanto por uma tabuleta desde que Moisés desceu do monte com os mandamentos”,escreveu o colunista do New York Times.

O Google não poderia ficar de fora e apresentou o Nexus One,um telefone celular com acesso à internet e tela touch screen,feito para concorrer com o iPhone.

Bem,em se falando de internet,o céu é o limite.

O medo dos donos de mídia impressa me parece justificável; em qualquer lugar,o leitor de jornais e revistas poderá ter acesso aos seus preferidos com apenas um toque de dedos diretamente na tela.Uma tela colorida,maior e que,certamente,tornará a leitura muito mais prazerosa.

Nem Merlin faria melhor!

Desde 2009 aderi aos livros digitais,sem desprezar os impressos,é claro,os quais ainda prefiro.Lancei o” Maktub “na Bienal da Bahia,um pequeno e-book de mensagens e estórias curtas e de 2009 para cá já vendi cerca de 1000 exemplares,a custo baixíssimo.

Em breve lançarei “As filhas do General”,um romance curto,aliás minha primeira investida nesta área de ficção,que adorei escrever.

É isso ai,amigos,a fila anda...



sexta-feira, 8 de outubro de 2010

DICAS PARA OS ELEITORES



Não há eleitor que não se encha de brios patrióticos quando vê na TV nossos candidatos de mãos enlaçadas,ar vitorioso,braços erguidos,um cheiro de esperança no ar.É a hora da apoteose,seja nos comícios,convenções ou programas eleitorais.Candidatos,seus vices,seus padrinhos,infiltrados (também chamados de papagaios de pirata),chefetes locais,todos unidos para mudar o Brasil,ou pelo menos,dar essa impressão.

Não sei se copiado da Rússia stalinista o recurso do martelinho é sempre usado;punhos cerrados,golpes no ar,voz pujante,uma encenação digna dos clássicos holiudianos.

Nessas ocasiões é fácil para o eleitor descobrir se a campanha daquele “Zinho “é rica ou pobre;como? pelo movimento dos olhos.Odorico Paraguassú procurava desordenadamente pelo papelucho que trazia no bolso-Onde está meu improviso!?perguntava ao Seu Dirceu Borboleta,seu atrapalhado assessor.

Candidato carente de recursos move os olhos,denunciando que está lendo;os ricos,têm teleprompter,por isso parece que falam de improviso.

Agora vamos falar dos filmezinhos de campanha.

Eles mostram o mundo maravilhoso em que viveremos caso ganhe o candidato dono do filme.

Música suave,florestas exuberantes,rios piscosos,paz,crianças brincando nos parques,pais sorridentes e empregados,moradias humildes,mas,confortáveis.

Uma Passargada onde todos são amigos do rei.E todos falam bem dele em entrevistas emocionantes e emocionadas.

Pulamos para as entrevistas e debates.Jornalistas independentes,nem pensar;ninguém convocaria o CQC.

As mesmas perguntas mornas e respostas convenientes.Tudo muito bem ensaiado,pesado,medido e recontado.Se aparecer alguma pergunta inconveniente o candidato estará treinado para desconversar,mudar de assunto sem parecer fujão.Trabalho para marqueteiros inteligentes.E caros!

O que se quer é esconder o candidato, nunca exibi-lo;como a bailarina de Chico Buarque o candidato não tira ouro do nariz,não solta gases,não tem roupa íntima um pouco velha nem irmão meio zarolho;tudo nele é perfeito.

Bem vestido, maquiado,ar sadio e alegre até o Serra fica bem na foto.

Entretanto,apesar de toda essa máquina,cabe ao eleitor dissecar seu candidato.

Basta ler sua biografia.Seu perfil,seu trabalho parlamentar e principalmente,sua fortuna declarada dirá muito sobre ele.Além de suas ações,é claro!

Portanto,olho vivo porque cavalo não desce escada.

Cabe a nós escolher nossos representantes à nossa imagem e semelhança.



quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CAIA NA (NO) REAL!



“O dinheiro compra o cão,o canil e o abanar do rabo.”

Millôr Fernandes

Passado o Carnaval,folia,esquecimento dos problemas,o pais volta a funcionar.

Descobrimos que os problemas não sumiram,estavam apenas ocultos sob as fantasias e,passado o “óblivion”,voltaram,talvez com mais força,a assustar a população.

Saúde e dinheiro,sempre constituem nossos maiores problemas.

A falta da saúde financeira,além de outros transtornos,causa muitas vezes a falta da saúde física,ou agravam os problemas existentes,trazendo o desânimo,a intranqüilidade,a frustração,o stress.

Pois, remar contra a maré é dose,meu amigo e,aquela sensação de que cada vez sobra mais mês no fim do nosso dinheiro é de arrepiar!

Ano passado, escrevi uma série de artigos sobre como se conduzir com o dinheiro,contando apenas minhas experiências nesse campo tão árido,principalmente porque já passei um longo tempo de vacas magras e sei o quanto isso nos custa,num pais capitalista em que as pessoas valem pelo que têm,nunca pelo que são.

Sempre,desde adolescente,fiz um orçamento e planejamento de gastos;aprendi com meu pai,homem sábio e contido,que gostava de coisas boas como todo mundo,mas,sabia o que e quando comprar.

Penso que Economia deveria ser uma matéria estudada nas escolas desde cedo.Os brasileiros não sabem poupar e muito menos controlar gastos.

O crediário fácil, descontrolado,os juros na estratosfera debilitam a vida econômica de qualquer um.

A madame quer uma geladeira,desejo justíssimo,mas,ao escolher o produto só pensa nas parcelas a pagar,sem,sequer imaginar que os juros embutidos fazem com que pague às vezes,três geladeiras em vez de uma.

E o mercado feito com cheque ou cartão?

Dividido em – digamos – três vezes, no mês seguinte é necessário repetir a compra, e outra e outra e depois?Como controlar a bola de neve que foi gerada com esses gastos?

O brasileiro é caloteiro pela própria natureza?

Duvido!

Mas, é desinformado!

Faltam políticas públicas que orientem o povo e o livre das armadilhas do consumo.

Por causa disso, vejo com bons olhos a Campanha da Fraternidade desse ano,ecumênica e voltada para a Economia.

Antes,a política da Igreja era :”O dinheiro não é tudo!”

Assim,mantinha o povo passivo,esperando o Céu,enquanto os donos do capital lavavam a égua.

Certo,o dinheiro não nos livra de envelhecer,ou de ficar doente,ou de perder alguém que se ama;mas,com a falta do dinheiro necessário,tudo isso seria pior.

Talvez os brasileiros possam separar o que é de Cesar e o que é de Deus.

Lembrem-se: Deus é brasileiro,mas,o diabo é capitalista!E o capital não tem pátria;por isso,tantos dos nossos políticos vendem a sua por menos de trinta dinheiros.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

WALL STREET,O DINHEIRO NUNCA DORME



Oliver Stone deve ter uma obsessão pelos especuladores financeiros,aquela turma que vive de investir o dinheiro alheio e destrói empresas e países num piscar de olhos.

Seu novo filme,”O Dinheiro nunca dorme”,uma continuação de “Wall Street”,trata novamente de pessoas viciadas em dinheiro e manipulação dos que não têm,fazendo,sem querer ou querendo um retrato fiel da década de 80,essa década viciada em dinheiro e poder,plena de riqueza e ganância.

O filme foi rodado no auge da grandeza do capitalismo selvagem e chegou às telas quando o sonho desmoronou com a bolsa americana entrando em colapso e o mundo estava mergulhado numa crise econômica sem precedentes,a ponto de 1929 parecer brinquedo de criança.

Afinal,a ganância é boa?Estamos nos perguntando ,da mesma forma que o mega – investidor Gekko,também se perguntava após deixar a prisão por crimes financeiros.

Numa magistral interpretação de Michael Douglas,que herdou o talento do pai,Kirk,ícone dos anos 40, ele passou seus valores para uma platéia meio confusa entre o bem e o mal.

Stone introduziu um novato e inexperiente corretor que se deslumbra com as mágicas financeiras do Gekko,além de,no melhor estilo de dramalhão americano,ser casado com a filha dele que o alerta contra essa digamos – devoção – ao pai dela.

A trama continua surfando entre verdades e mentiras,pois o novo corretor trabalha para uma empresa equivalente ao Lehman Brothers,cuja quebra iniciou o estouro da bolha.O dono da firma apela ao FED ,o banco central americano e é repelido.Suicida-se.

O garoto,cujo patrão era um ícone para ele,resolve vingar-se do sujeito que convenceu o FED a não socorrer seu patrão,o mega investidor Bretton James,dono de uma empresa que é um retrato nada sutil do Goldman Sachs;trabalhando bem ,consegue um emprego com o Bretton.O jovem corretor fez um pacto com o diabo,apostando tudo para ter sua vingancinha;só que o diabo é o Gekko,que ,às escondidas da filha,dá conselhos e informações ao genro.

O sogro ensina a Jake que o dinheiro nunca dorme;está sempre de olhos abertos,à espreita,pronto para devorar qualquer um que vacile.E ele sabe disso,pois,ele é o dinheiro.



Stone vai bem;condena o capitalismo,mas,ao mesmo tempo admira os barões do dinheiro.E avisa sobre as bolhas econômicas que se sucederão e não poderão ser estancadas.

“A ganância,hoje,ficou gananciosa demais,diz ele.

Duas imagens geniais do filme:crianças estourando bolas de sabão no Central Park e o dólar americano que aparece no final.Onde se lê:”IN God we trust”,Stone mudou para “In greed we trust”(na ganância nós confiamos).

Resta -nos ,sentar e esperar o fim do capitalismo selvagem.Se isso,um dia,ocorrer...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

FRASES ENGRAÇADAS SOBRE POLÍTICA

Ignorância é o nosso grande patrimônio nacional.
                                                         Paulo Francis,jornalista


Leitor,suponha que você seja um idiota.Aliás,suponha que você seja um membro do Congresso Nacional.Bolas,estou me repetindo.

                                                                    Mark Twain,humorista


Quando se faz a chamada no Senado,os senadores não sabem quando devem responder "presente"ou "inocente".
                                                Ted Roosevelt,ex-presidente americano


No Brasil,a política se resume em não deixar a onça com fome,nem o cabrito morrer.
                                                                Stan Ponte Preta,humorista


Não gosto da direita porque ela é de direita;e não gosto da esquerda porque ela é de direita.
                                                      Millôr Fernandes,humorista


Brasil,um país de tolos...
                                            Anônimo